quarta-feira, 29 de julho de 2009

Clara Zetkin (1857-1933)

Clara Zetkin (1857-1933)Figura de destaque do movimento operário alemão e internacional, marcou notavelmente as lutas do movimento feminista. No SPD, Clara Zetkin, juntamente com Rosa Luxemburgo, foi uma das principais figuras da esquerda revolucionária do partido.Clara Zetkin nasceu em Eissner Wiederau, uma aldeia camponesa na região da Saxónia, Alemanha. O seu pai, Gottfried Eissner, mestre e organista da igreja, foi um protestante devoto, enquanto a sua mãe, Josephine Vitale Eissner, veio de uma família burguesa de Leipzig e tinha formação superior.
Tendo estudado para se tornar professora, Zetkin desenvolveu ligações com o movimento das mulheres e com movimento operário na Alemanha de 1874. Em 1878, entrou para o Partido Socialista dos Trabalhadores (Sozialistische Arbeiterpartei, SAP).
Este partido foi fundado em 1875 pela fusão de duas partes anteriores: o ADAV formado por Ferdinand Lassalle e SDAP de August Bebel e Wilhelm Liebknecht. Em 1890 o seu nome foi mudado para o que se tornou a sua versão moderna - Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD).Por causa da proibição por Bismarck, em 1878, instituída à actividade socialista na Alemanha, Zetkin partiu para Zurique em 1882, e em seguida partiu para o exílio em Paris. Durante o tempo passado em Paris, ela desempenhou um papel importante na fundação do grupo socialista da Internacional Socialista.

Na altura adoptou o nome do seu amante, o revolucionário russo Ossip Zetkin, com quem teve dois filhos, Kostja e Maxim. Ossip Zetkin morreu em 1889. Mais tarde, Zetkin foi casada com o artista Georg Friedrich Zundel, dezoito anos mais novo que ela, de 1899 a 1928.No SPD, Clara Zetkin, juntamente com Rosa Luxemburgo, sua amiga íntima e confidente, foi uma das principais figuras da esquerda revolucionária do partido. No debate sobre o revisionismo na virada do século XX, ela, juntamente com Luxemburgo, atacou as teses reformistas de Eduard Bernstein.

Zetkin estava muito interessada na política feminista, incluindo a luta pela igualdade de oportunidades e o direito de voto das mulheres. Ela desenvolveu o movimento social-democrata de mulheres, na Alemanha; entre 1891-1917 editou o jornal de mulheres do SPD "Die Gleichheit" (Igualdade). Em 1907 Zetkin tornou-se líder do recém-fundado "Instituto da Mulher" no SPD.Clara Zetkin lançou as bases para o primeiro "Dia Internacional da Mulher", a 8 de Março de 1911, tendo proposto a ideia no ano anterior, em Copenhaga, aquando da II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, no sítio que mais tarde se tornou o Ungdomshuset (uma espécie de casa cultural e ponto de encontro para grupos autónomos e de esquerda).

Durante a I Guerra Mundial, Zetkin, juntamente com Karl Liebknecht, Rosa Luxemburgo e outros políticos influentes do SPD, rejeitou a política do partido de Burgfrieden (uma trégua com o governo, prometendo abster-se da marcação de greves durante a guerra).Entre outras actividades anti-guerra, em 1915 Zetkin organizou uma Conferência Socialista Internacional de Mulheres Anti-Guerra, em Berlim. Por causa da sua postura anti-guerra, foi presa várias vezes durante a guerra.

Em 1916, Zetkin foi uma dos co-fundadores da Liga Spartaquista e do Partido Social-Democrata Independente da Alemanha (USPD), que se separou em 1917 do seu partido mãe, o SPD, em protesto contra a sua posição pró-guerra.Em Janeiro de 1919, depois da Revolução alemã em Novembro do ano anterior, o KPD (Partido Comunista da Alemanha) foi fundado e Zetkin também se juntou a este e representou o partido entre 1920-1933 no Reichstag.Em 1922, Clara Zetkin entrevista Lenine sobre "A Questão da Mulher".Até 1924, Zetkin foi membro do escritório central do KPD. De 1927 a 1929, foi membro do comité central do partido, tendo também integrado o Comité Executivo da Internacional Comunista (Comintern) de 1921 a 1933. Em 1925 foi eleita presidente da organização de solidariedade alemã de esquerda, a Rote Hilfe.

Em Agosto de 1932, como presidente do Reichstag por antiguidade, Zetkin convocou todos a lutar contra o nacional-socialismo.Quando Adolf Hitler e o seu partido Nacional-Socialista Alemão chegaram ao poder, o Partido Comunista da Alemanha foi banido do Reichstag, após o incêndio do Reichstag, em 1933.Clara Zetkin exilou-se pela última vez, desta vez na União Soviética. Aí morreu, no Archangelskoye, perto de Moscovo, em 1933, com quase 76 anos. Foi enterrada junto ao muro do Kremlin, em Moscovo.

sábado, 25 de julho de 2009

Índios do Brasil

São considerados de origem asiática. A hipótese mais aceita é que os primeiros habitantes da América tenham vindo da Ásia e atravessado a pé o Estreito de Bering, na glaciação de 62 mil anos atrás. Pesquisas arqueológicas em São Raimundo Nonato, no interior do Piauí, registram indícios da presença humana, datados de 48 mil anos . O primeiro inventário dos nativos brasileiros só é feito em 1884, pelo viajante alemão Karl von den Steinen, que registra a presença de quatro grupos ou nações indígenas: tupi-guarani, jê ou tapuia, nuaruaque ou maipuré e caraíba ou cariba. Von den Steinen também assinala quatro grupos lingüísticos: tupi, macro-jê, caribe e aruaque. Atualmente estima-se que sejam faladas 170 línguas indígenas no Brasil.

Estima-se que, em 1500, existiam de 1 milhão a 3 milhões de indígenas no Brasil. Em cinco séculos, a população indígena reduz-se aos atuais 270 mil índios, o que representa 0,02% da população brasileira. São encontrados em quase todo o país, mas a concentração maior é nas regiões Norte e Centro-Oeste. A Funai registra a existência de 206 povos indígenas, alguns com apenas uma dúzia de indivíduos. Somente dez povos têm mais de 5 mil pessoas. As 547 áreas indígenas cobrem 94.091.318 ha, ou 11% do país. Há indícios da existência de 54 grupos de índios isolados, ainda não contatados pelo homem branco.
Historiadores afirmam que antes da chegada dos europeus à América havia aproximadamente 100 milhões de índios no continente. Só em território brasileiro, esse número chegava 5 milhões de nativos, aproximadamente. Estes índios brasileiros estavam divididos em tribos, de acordo com o tronco lingüístico ao qual pertenciam: tupi-guaranis (região do litoral), macro-jê ou tapuias (região do Planalto Central), aruaques (Amazônia) e caraíbas (Amazônia).

Atualmente, calcula-se que apenas 400 mil índios ocupam o território brasileiro, principalmente em reservas indígenas demarcadas e protegidas pelo governo. São cerca de 200 etnias indígenas e 170 línguas. Porém, muitas delas não vivem mais como antes da chegada dos portugueses. O contato com o homem branco fez com que muitas tribos perdessem sua identidade cultural.

A sociedade indígena na época da chegada dos portugueses.

O primeiro contato entre índios e portugueses em 1500 foi de muita estranheza para ambas as partes. As duas culturas eram muito diferentes e pertenciam a mundos completamente distintos. Sabemos muito sobre os índios que viviam naquela época, graças a Carta de Pero Vaz de Caminha (escrivão da expedição de Pedro Álvares Cabral ) e também aos documentos deixados pelos padres jesuítas.

Os indígenas que habitavam o Brasil em 1500 viviam da caça, da pesca e da agricultura de milho, amendoim, feijão, abóbora, bata-doce e principalmente mandioca. Esta agricultura era praticada de forma bem rudimentar, pois utilizavam a técnica da coivara (derrubada de mata e queimada para limpar o solo para o plantio).

Os índios domesticavam animais de pequeno porte como, por exemplo, porco do mato e capivara. Não conheciam o cavalo, o boi e a galinha. Na Carta de Caminha é relatado que os índios se espantaram ao entrar em contato pela primeira vez com uma galinha.

As tribos indígenas possuíam uma relação baseada em regras sociais, políticas e religiosas. O contato entre as tribos acontecia em momentos de guerras, casamentos, cerimônias de enterro e também no momento de estabelecer alianças contra um inimigo comum.

Os índios faziam objetos utilizando as matérias-primas da natureza. Vale lembrar que índio respeita muito o meio ambiente, retirando dele somente o necessário para a sua sobrevivência. Desta madeira, construíam canoas, arcos e flechas e suas habitações (oca). A palha era utilizada para fazer cestos, esteiras, redes e outros objetos. A cerâmica também era muito utilizada para fazer potes, panelas e utensílios domésticos em geral. Penas e peles de animais serviam para fazer roupas ou enfeites para as cerimônias das tribos. O urucum era muito usado para fazer pinturas no corpo.

A organização social dos índios

Entre os indígenas não há classes sociais como a do homem branco. Todos têm os mesmo direitos e recebem o mesmo tratamento. A terra, por exemplo, pertence a todos e quando um índio caça, costuma dividir com os habitantes de sua tribo. Apenas os instrumentos de trabalho (machado, arcos, flechas, arpões) são de propriedade individual. O trabalho na tribo é realizado por todos, porém possui uma divisão por sexo e idade. As mulheres são responsáveis pela comida, crianças, colheita e plantio. Já os homens da tribo ficam encarregados do trabalho mais pesado: caça, pesca, guerra e derrubada das árvores.

Duas figuras importantes na organização das tribos são o pajé e o cacique. O pajé é o sacerdote da tribo, pois conhece todos os rituais e recebe as mensagens dos deuses. Ele também é o curandeiro, pois conhece todos os chás e ervas para curar doenças. Ele que faz o ritual da pajelança, onde evoca os deuses da floresta e dos ancestrais para ajudar na cura. O cacique, também importante na vida tribal, faz o papel de chefe, pois organiza e orienta os índios.

A educação indígena é bem interessante. Os pequenos índios, conhecidos como curumins, aprender desde pequenos e de forma prática. Costumam observar o que os adultos fazem e vão treinando desde cedo. Quando o pai vai caçar, costuma levar o indiozinho junto para que este aprender. Portanto a educação indígena é bem pratica e vinculada a realidade da vida da tribo indígena. Quando atinge os 13 os 14 anos, o jovem passa por um teste e uma cerimônia para ingressar na vida adulta.

Os contatos entre indígenas e portugueses

Como dissemos, os primeiros contatos foram de estranheza e de certa admiração e respeito. Caminha relata a troca de sinais, presentes e informações. Quando os portugueses começam a explorar o pau-brasil das matas, começam a escravizar muitos indígenas ou a utilizar o escambo. Davam espelhos, apitos, colares e chocalhos para os indígenas em troca de seu trabalho.

O canto que se segue foi muito prejudicial aos povos indígenas. Interessados nas terras, os portugueses usaram a violência contra os índios. Para tomar as terras, chegavam a matar os nativos ou até mesmo transmitir doenças a eles para dizimar tribos e tomar as terras. Esse comportamento violento seguiu-se por séculos, resultando no pequenos número de índios que temos hoje.

A visão que o europeu tinha a respeito dos índios era eurocêntrica. Os portugueses achavam-se superiores aos indígenas e, portanto, deveriam dominá-los e colocá-los ao seu serviço. A cultura indígena era considera pelo europeu como sendo inferior e grosseira. Dentro desta visão, acreditavam que sua função era convertê-los ao cristianismo e fazer os índios seguirem a cultura européia. Foi assim, que aos poucos, os índios foram perdendo sua cultura e também sua identidade.




Religião Indígena

Cada nação indígena possuía crenças e rituais religiosos diferenciados. Porém, todas as tribos acreditavam nas forças da natureza e nos espíritos dos antepassados. Para estes deuses e espíritos, faziam rituais, cerimônias e festas. O pajé era o responsável por transmitir estes conhecimentos aos habitantes da tribo. Algumas tribos chegavam a enterrar o corpo dos índios em grandes vasos de cerâmica, onde além do cadáver ficavam os objetos pessoais. Isto mostra que estas tribos acreditavam numa vida após a morte.

Principais etnias indígenas brasileiras na atualidade e população estimada

Ticuna (35.000), Guarani (30.000), Caiagangue (25.000), Macuxi (20.000), Terena (16.000), Guajajara (14.000), Xavante (12.000), Ianomâmi (12.000), Pataxó (9.700), Potiguara (7.700).
Fonte: Funai (Fundação Nacional do Índio).

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Dia Internacional da Mulher: em busca da memória perdida

A referência histórica principal das origens do Dia Internacional da Mulher é a II Conferência Internacional das Mulheres Socialistas em 1910, em Copenhaga, na Dinamarca, quando Clara Zetkin propôs uma resolução para a instauração oficial de um dia internacional das mulheres. Nessa resolução, não se faz nenhuma alusão ao dia 8 de Março.
Clara apenas mencionou que se deveria seguir o exemplo das socialistas americanas. É certo que, a partir daí, as comemorações começaram a ter um carácter internacional, expandindo-se pela Europa, a partir da organização e iniciativa das mulheres socialistas.
Essa e outras fontes históricas intrigaram a pesquisadora Renée Coté, que publicou em 1984, no Canadá, a sua intrigante pesquisa em busca do elo ou dos elos perdidos da história do Dia Internacional da Mulher.
No percurso da sua pesquisa, Renée deparou-se com a história das feministas socialistas americanas que tentaram resgatar do turbilhão da história de lutas dos trabalhadores no final do século XIX e início do século XX, a intensa participação das mulheres trabalhadoras, mostrando as suas manifestações, as suas greves, a sua capacidade de organização autónoma de lutas, destacando-se a batalha pelo direito ao voto para as mulheres, ou seja, pelo sufrágio universal. A partir desta descoberta, levantou hipóteses sobre o porquê de tal registo histórico ter sido negligenciado ou se ter perdido no tempo.
O que fica claro a partir de sua pesquisa das fontes históricas é que a referência a um 8 de Março ou uma greve de trabalhadoras americanas, manifestações de mulheres ou um dia da mulher, não aparece registada nas diversas fontes pesquisadas no período, principalmente nos jornais e na imprensa socialista.
Houve greves e repressões de trabalhadores e trabalhadoras no período que vai do final do século XIX até 1908 mas nenhum desses eventos até então dizem respeito à morte de mulheres em Nova York, evento que supostamente teria dado origem ao dia da mulher.
Estas buscas revelaram a Coté que não houve uma greve heróica, seja em 1857 ou em 1908, mas sim um feminismo heróico que lutou por se firmar entre as trabalhadoras americanas. A investigação sobre o 8 de Março retraçou a luta das mulheres socialistas americanas por uma existência autónoma.
As fontes encontradas revelaram o seguinte:
A 3 de maio de 1908, em Chicago, celebrou-se o primeiro "Woman's day” [Dia da Mulher], presidido por Lorine S. Brown e documentado pelo jornal mensal “The Socialist Woman”. Teve lugar no Teatro Garrick, com a participação de 1500 mulheres que "aplaudiram as reivindicações por igualdade económica e política para as mulheres, no dia consagrado à causa das trabalhadoras".
Este dia foi dedicado à causa das operárias, denunciando a exploração e a opressão das mulheres, mas defendendo, com destaque, o voto feminino. Defendeu-se a igualdade dos sexos, a autonomia das mulheres, portanto, o voto das mulheres, dentro e fora do partido.
Já em 1909, o Dia da Mulher foi uma actividade oficial do partido socialista e organizado pelo comité nacional de mulheres e comemorado a 28 de Fevereiro de 1909. A imprensa da época convocava o "woman suffrage meeting" [encontro pelo sufrágio feminino], ou seja, em defesa do voto das mulheres, em Nova York.
Coté apurou que as socialistas americanas sugeriram o último domingo de Fevereiro como o dia da comemoração mas no início acabou por ser celebrado em várias datas diferentes. Muitas mulheres foram aderindo ao Dia da Mulher, incluindo grevistas, e a participação foi crescendo.
Os jornais noticiaram o Dia Internacional da Mulher em Nova York, a 27 de Fevereiro de 1910 no Carnegie Hall, com 3 mil mulheres, onde se reuniram as principais associações a favor do voto par as mulheres. Este encontro foi convocado pelas socialistas mas contou também com a participação de mulheres não socialistas.
Consta que houve uma longa greve dos operários têxteis de Nova York (shirtwaist makers) entre Novembro de 1909 e Fevereiro de 1910, na qual 80% dos grevistas eram mulheres e que terminou 12 dias antes do Dia da Mulher. Essa foi a primeira greve de mulheres de grande amplitude denunciando as suas condições de vida e de trabalho e que demonstrou a coragem daquelas costureiras, recebendo um apoio massivo. Muitas dessas operárias participaram do Dia da Mulher e engrossaram a luta pelo direito ao voto das mulheres (conquistado em todos os EUA em 1920).
Clara Zetkin, uma socialista alemã, propôs que o dia da mulher ou das mulheres se tornasse "uma jornada especial, uma comemoração anual de mulheres, seguindo o exemplo das companheiras americanas". Sugeriu ainda num artigo do jornal alemão “Diegleichheit”, de 28/08/1910, que o tema principal deveria ser a conquista do direito ao voto das mulheres.
Em 1911, o Dia Internacional das Mulheres, foi comemorado pelas mulheres alemãs a 19 de Março e pelas mulheres suecas juntamente com o 1.º de Maio, etc. Sintetizando, foi celebrado em diferentes datas.
Em 1913, na Rússia, sob o regime czarista, foi realizada a Primeira Jornada Internacional das Mulheres Trabalhadoras pelo sufrágio feminino. As operárias russas participaram nesta jornada internacional das mulheres em Petrogrado e foram reprimidas. Em 1914, todas os organizadoras da Jornada ou Dia Internacional das Mulheres na Rússia foram presas, o que tornou impossível a comemoração.
Em 1914 teve lugar o Dia Internacional das Mulheres na Alemanha dedicado ao direito ao voto para as mulheres. Foi assim comemorado pela primeira vez no dia 8 de Março, ao que consta porque foi a data mais conveniente naquele ano.
As socialistas europeias coordenaram as comemorações em torno do direito ao voto vinculando-o à emancipação política das mulheres, mas a data era decidida em cada país.
Em tempos de guerra, o Dia Internacional das Mulheres passou para segundo plano na Europa.
Outra referência interessante que indica a origem da fixação do dia 8 de Março como Dia Internacional da Mulher, foi a ligação dessa data com a participação activa das operárias russas em acções que desencadearam a revolução russa de 1917. Portanto, houve uma acção política das operárias russas no dia 8 de Março, segundo o calendário gregoriano - ou 23 de Fevereiro no calendário russo – que precipitou também o início da acções revolucionárias que tornaram vitoriosa a revolução russa.
Alexandra Kolontai, dirigente feminista da revolução socialista, escreveu sobre o facto e sobre o 8 de Março, mas curiosamente esse documento desapareceu da história do evento. Escreveu: " O dia das operárias, no 8 de Março de 1917, foi uma data memorável na história. A revolução de Fevereiro acabara de começar". O facto também é mencionado por Trotski, dirigente da revolução, na História da Revolução Russa.
Nessas narrativas esclarece-se que as mulheres desencadearam a greve geral, saindo corajosamente às ruas de Petrogrado no Dia Internacional das Mulheres contra a fome, a guerra e o czarismo.
Trotski escreveu: "23 de Fevereiro ( 8 de Março) foi o Dia Internacional das Mulheres e programaram-se encontros e acções. Mas não imaginávamos que este "dia das mulheres" viria a inaugurar a revolução. Planearam-se acções revolucionárias mas sem data prevista. Mas pela manhã, a despeito das ordens contrárias, as operárias têxteis deixaram o trabalho em várias fábricas e enviaram delegadas para apoiarem a greve... que se transformou numa greve de massas.... todas saíram às ruas".
Podemos dizer que o início da revolução foi consequência da organização popular que superou a oposição das direcções dos partidos. A iniciativa partiu das mulheres mais exploradas e oprimidas: as trabalhadoras dos têxteis. O número de grevistas foi em torno dos 9 mil, a maioria mulheres. A partir destes relatos compreendemos que o dia das mulheres foi vencedor, foi massivo e sem vítimas.
Renée Coté encontrou, por fim, documentos da Conferência Internacional das Mulheres Comunistas de 1921 onde se pode ler "uma camarada búlgara propõe o 8 de Março como data oficial do Dia Internacional da Mulher, lembrando a iniciativa das mulheres russas".
A partir de 1922, o Dia Internacional da Mulher é celebrado oficialmente no dia 8 de Março.
Essa história perdeu-se no registo histórico oficial tanto do movimento socialista, como dos historiadores daquele período. Faz parte do passado histórico e político das mulheres e do movimento feminista de origem socialista do começo do século [XX].
Algumas feministas europeias na década de 70, por não encontrarem referência concreta às operárias têxteis mortas num incêndio em 1857, em Nova York, chegaram a considerá-lo um facto mítico. Mas essa hipótese foi descartada diante de tantos factos e eventos vinculando as origens do Dia Internacional da Mulher às mulheres americanas de esquerda.
Quanto aos elos perdidos dos factos em torno do dia 8 de Março levantam-se várias hipóteses em busca de mais aprofundamento.
É certo que nos EUA, em Nova York, as operárias têxteis já vinham denunciando as condições de vida e trabalho e já faziam greves . Esse momento de organização das trabalhadoras faz parte de todo um processo histórico de transformações sociais que colocaram as mulheres em condições para lutar por direitos, igualdade e autonomia participando no contexto social e político que motivou a criação de um dia de comemoração que simbolizasse as suas lutas, conquistas e necessidade de organização. É preciso, pois, entrelaçar os fios da história deste período.
Por conseguinte, há um relato que precisa de ser verificado nas suas fontes documentais, sintetizado por Gládis Gassen (num texto para as trabalhadoras rurais da FETAG), que nos indica que em Março de 1911, dezoito dias após o Dia da Mulher, e não em 1857, "numa mal ventilada fábrica de têxteis que ocupava os 3 últimos andares de um edifício de 10, na Triangle Schirwaist Company, em New York, estalou um incêndio que envolveu 500 mulheres - jovens, judias e imigrantes italianas - que trabalhavam em condições precárias, com o assoalho coberto de materiais e resíduos inflamáveis, o lixo amontoado por todas a parte, sem saídas em caso de incêndio, nem mangueiras para água... Para impedir a interrupção do trabalho, a empresa trancava à chave a porta de acesso à saída.
Quando os bombeiros finalmente conseguiram chegar aos andares onde estavam as mulheres, 147 já tinham morrido, carbonizadas ou estateladas na calçada da rua, para onde se atiraram em desespero. Após esta tragédia criou-se em Nova Iorque a Comissão Investigadora de Fábricas que já tinha sido solicitada há 50 anos! Foi assim que se iniciou a história da legislação de protecção da vida e da saúde. A líder sindical Rosa Schiederman organizou a presença de 120 mil trabalhadoras no funeral daquelas operárias para expressarem o seu lamento e declararem solidariedade para com todas as mulheres trabalhadoras".
Assim, embora seja necessário continuar a procurar memórias perdidas, é certo que todo um ciclo de lutas, numa era de grandes transformações sociais até às primeiras décadas do século XX, tornaram o Dia Internacional da Mulher um símbolo da participação activa das mulheres para transformarem a sua condição e a transformarem a sociedade.
Celebramos então, anualmente, tal como as nossas antecessoras o fizeram, as nossas iniciativas e conquistas, fazendo o balanço das nossas lutas e actualizando a nossa agenda de lutas pela igualdade entre homens e mulheres e por um mundo onde todos e todas possam viver com plenamente e com dignidade.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Lembrado atentado terrorista dos Estados Unidos contra La Coubre

Havana, 4 mar. (PL) - Os cubanos recordam hoje um atentado organizado pelos Estados Unidos que explodiu o návio francês La Coubre en 1960 em Havana, no qual morreram mais de uma centena de pessoas e mais de 200 ficaram feridas.
O ato terrorista - que aprofundou a opção dos cubanos de radicalizar o processo revolucionário iniciado em 1959 - só foi superado em dimensão pela invasão de Playa Girón em 1961.La Coubre, procedente de Hamburgo, Bremen, Amberes e Havre, chegou no porto havaneiro às 8 h. (hora local) com um importante lote de armamentos comprado na Bélgica no último trimestre de 1958.

A carga seria entregue por esse governo em cumprimento ao compromisso comercial com a maior das Antilhas, a despeito das pressões de Washington sobre a administração dessa nação europeia para impedir sua venda à nova direção do país caribenho.Pela tarde, às 15 h. 8 min. (hora local), se acionou uma detonação inicial e uma segunda explosão aos 48 minutos, causando o maior número de vítimas, pois nesse momento dezenas de militares e trabalhadores socorriam as vítimas.

Todas as evidências indicavam que, após fracassar os intentos da Casa Branca para cancelar a venda, agentes a serviço da Agência Central de Inteligência colocaram um moderno artefato explosivo entre as caixas de granadas antitanques, o qual se ativou no momento de retirar a carga situada sobre ele.Isso fez esplodir parte das mil 492 caixas de granadas e munições que o navio transportava, com um peso de mais de 490 toneladas métricas, precisa o sitio Cubagob.cu.

Os resultados das investigações demostraram que se tratava duma sabotagem preparada em algum ponto de embarque ou da travessia.No cargueiro viajava, sem uma explicação lógica, um jornalista estadunidense chamado Donald Lee Chapman, que embarcou no Havre e se dirigia a Omaha, estado norte-americano de Nebraska, mas a embarcação só o deixaria em Miami.De acordo com o sitio Cubadebate.cu, todos esses fatos demandaram um lógico e amplo intercâmbio de mensagens entre o governo estadunidense e sua embaixada em Cuba, todavia chama a atenção que não se tenham sido desclassificados documentos sobre esse fato no livro do Departamento de Estado, que compilou as comunicações desses atores em dito período.

Existe um vazío no tráfico entre 18 de fevereiro e 12 de março de 1960, e ainda que tenha sido solicitado - pontualiza Cubadebate.cu - ainda não desclasificaram essa informação.Por esses sólidos argumentos se sustenta que as autoridades norte-americanas ocultaram por mais de quatro décadas o conhecimento que têm desse fato, o que reafirma a hipótese de sua participação na ação terrorista.

8 de março: Uma celebração militante

Alexandra Kollontai (1872-1952)O Dia Internacional da Mulher ou o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora é um dia de solidariedade internacional e um dia para rever a força e organização das mulheres proletárias.
Mas este dia não é especial apenas para as mulheres. O 8 de Março é um dia histórico e memorável para os trabalhadores e camponeses, para todos os trabalhadores Russos e os trabalhadores do mundo inteiro.Em 1917, neste dia, a grande revolução de Fevereiro eclodiu. [1] Foram as mulheres trabalhadoras de Petersburgo que começaram esta revolução; foram elas as primeiras a decidir levantar a bandeira da oposição contra o Czar e os seus acólitos. Portanto, o dia internacional das mulheres trabalhadoras é para nós um dia de dupla celebração.

Mas se este é um dia feriado para todo o proletariado, porque é que lhe chamamos "Dia Internacional da Mulher "? Porque então temos encontros e celebrações especiais, destinadas acima de tudo às mulheres trabalhadoras e às mulheres camponesas? Isto não compromete a unidade e solidariedade da classe trabalhadora? Para responder a estas perguntas, temos de olhar para trás e ver como o Dia Internacional da Mulher surgiu e qual o propósito com que foi organizado.

Como e porquê foi o Dia Internacional da Mulher organizado?Há não muito tempo atrás, de facto há cerca de dez anos atrás, a questão da igualdade das mulheres e a questão de se saber se as mulheres poderiam tomar parte no governo ao lado de homens estava a ser ardentemente debatida. A classe trabalhadora em todos os países capitalistas lutou pelos direitos das mulheres trabalhadoras: a burguesia não queria aceitar esses direitos. Não era no interesse da burguesia reforçar o voto da classe trabalhadora no parlamento; e em cada país eles dificultaram a aprovação de leis que dessem o direito [ao voto] às mulheres trabalhadoras.

Socialistas na América do Norte insistiram nas suas reivindicações pelo direito ao voto com grande persistência. A 28 de Fevereiro de 1909, as mulheres socialistas dos EUA organizaram enormes manifestações e encontros em todo o país exigindo direitos políticos para as mulheres trabalhadoras. Este foi o primeiro "Dia da Mulher". A iniciativa de organizar um dia da mulher, pertence portanto às mulheres trabalhadoras da América.

Em 1910, no Segunda Congresso Internacional de Mulheres Trabalhadoras, Clara Zetkin [2] apresentou a proposta de organizar um Dia Internacional das Mulheres Trabalhadoras. A convenção decidiu que todos os anos, em todos os países, deveriam celebrar no mesmo dia um " Dia Internacional da Mulher " sob o lema " O voto para as mulheres unirá a nossa força na luta pelo socialismo ".

Durante estes anos, a questão de tornar o parlamento mais democrático, i.e., da ampliação da franquia e da extensão do voto às mulheres, foi uma questão vital. Mesmo antes da primeira guerra mundial, os trabalhadores tinham o direito ao voto em todos os países burgueses com excepção da Rússia. [3]

Apenas as mulheres, lado a lado com os doentes mentais, permaneciam sem esses direitos. No entanto, ao mesmo tempo, a dura realidade do capitalismo exigia a participação das mulheres na economia do país. Todos os anos havia um aumento no número de mulheres que tinham de trabalhar nas fábricas e nas oficinas, ou como criadas ou mulheres-a-dias. As mulheres trabalhavam lado a lado com os homens e a riqueza do país era criada pelas suas mãos. Mas as mulheres continuavam sem direito ao voto.

Mas nos últimos anos antes da guerra o aumento dos preços forçou até a mais pacífica dona de casa a tomar um interesse em questões políticas e a protestar fortemente contra a economia de pilhagem burguesa. "As revoltas das donas de casa" tornaram-se cada vez mais frequentes, irrompendo em momentos diferentes na Áustria, Inglaterra, França e Alemanha.

As mulheres trabalhadoras compreenderam que não era suficiente partir as bancas no mercado ou ameaçar este ou outro comerciante: Elas entenderam que tais acções não baixam o custo de vida. Têm que mudar as políticas do governo. E para alcançar este objectivo, a classe trabalhadora tem de fazer com que o direito de voto seja ampliado.Tinha sido decidido ter um Dia Internacional da Mulher em cada país como forma de luta pelo direito ao voto das mulheres trabalhadoras. Este dia seria um dia de solidariedade internacional na luta por objectivos comuns e um dia para rever a força organizada das mulheres trabalhadoras sob o estandarte do socialismo.

O primeiro Dia Internacional da MulherA decisão tomada no Segundo Congresso Internacional de Mulheres Socialistas não ficou no papel. Ficou decidido levar a cabo o primeiro Dia Internacional da Mulher no dia 19 de Março de 1911.Esta data não foi escolhida ao acaso. As nossas camaradas Alemãs escolheram este dia devido à sua importância histórica para o proletariado Alemão. No dia 19 de Março no ano da revolução de 1848, o rei Prussiano reconheceu pela primeira vez a força do povo armado e concedeu perante a ameaça de uma insurreição proletária. Entre as várias promessas feitas, que mais tarde não manteve, estava a introdução do voto para as mulheres.

Após 11 de Janeiro, esforços foram feitos na Alemanha e na Áustria para preparar o Dia Internacional da Mulher. Tornaram os planos conhecidos para uma manifestação tanto de boca em boca como na imprensa. Durante a semana posterior ao Dia Internacional da Mulher dois jornais apareceram: O Voto para as Mulheres na Alemanha e o Dia das Mulheres na Áustria.Os vários artigos dedicados ao Dia Internacional da Mulher - "Mulheres e o Parlamento", "Mulheres Trabalhadoras e Assuntos Municipais", "O que é que a dona de casa tem a ver com a Politica?", etc. ...- analisaram compreensivamente as questões da igualdade das mulheres no governo e na sociedade. Todos os artigos enfatizaram o mesmo ponto: que era absolutamente necessário e mais democrático estendendo o voto às mulheres.

O primeiro Dia Internacional da Mulher teve lugar em 1911. O seu sucesso superou todas as expectativas. Tanto a Alemanha como a Áustria, no Dia Internacional da Mulher, eram um mar tremendo, cheio de mulheres. Encontros foram organizados em toda a parte - nas pequenas cidades e até nos salões das aldeias estavam tão cheios que era necessário pedir aos trabalhadores masculinos para darem o lugar às mulheres.Esta foi, certamente, a primeira mostra de militância de mulheres trabalhadoras. Os homens ficaram em casa com as crianças pela primeira vez, e as suas mulheres, as donas de casa cativas, foram aos encontros. Durante as maiores demonstrações de rua, em que 30 mil tomaram parte, a polícia decidiu retirar as bandeiras às manifestantes: as mulheres trabalhadoras tomaram uma posição.

No tumulto que se seguiu, o derramamento de sangue foi evitado apenas com a ajuda dos deputados socialistas do Parlamento.Em 1913, o Dia Internacional da Mulher foi transferido para o dia 8 de Março. Este dia tem continuado a ser o dia de militância das mulheres trabalhadoras.É necessário o Dia Internacional da Mulher?O Dia Internacional da Mulher teve resultados brilhantes tanto na América como na Europa. É verdade que nem um único parlamento burguês pensou em fazer concessões aos trabalhadores ou responder às exigências das mulheres. Porque naquele tempo, a burguesia não estava ameaçada pela revolução socialista.

Mas o Dia Internacional da Mulher alcançou algo. Tornou-se acima de tudo num excelente meio de agitação entre as nossas irmãs proletárias menos politizadas. Elas não podiam deixar de tomar atenção aos encontros, manifestações, posters, panfletos e jornais dedicados ao Dia Internacional da Mulher.Até a mulher trabalhadora reaccionária pensou com os seus botões: "Este é o nosso dia, o festival das mulheres trabalhadoras" e ela apressava-se para as reuniões e manifestações. Após cada Dia Internacional da Mulher, mais mulheres aderiram aos partidos socialistas e os sindicatos cresceram. As organizações desenvolveram-se e a consciência política desenvolveu-se.

O Dia Internacional da Mulher teve ainda uma outra função; fortaleceu a solidariedade internacional dos trabalhadores. Os partidos de países diferentes costumavam trocar oradores para esta ocasião: Camaradas Alemãs iriam a Inglaterra, camaradas Ingleses à Holanda, etc. A coesão internacional da classe trabalhadora tornou-se forte e firme o que quer dizer que a força de luta do proletariado cresceu.
Estes são os resultados do dia de militância das mulheres trabalhadoras. O dia de militância das mulheres trabalhadoras ajuda a aumentar a consciência e organização das mulheres proletárias. E isto quer dizer que a sua contribuição é essencial para o sucesso daqueles que lutam pôr um futuro melhor para a classe trabalhadora.

Os novos desafios do Dia Internacional da Mulher
A revolução de Outubro deu às mulheres a igualdade com os homens no sentido dos direitos civis. As mulheres do proletariado Russo, que até há algum tempo eram das mais desafortunadas e oprimidas, são agora na Republica Soviética capazes de demonstrar o orgulho a camaradas de outros países o caminho para a igualdade política através do estabelecimento de uma ditadura do proletariado e o poder dos sovietes.A situação é muito diferente nos países capitalistas onde as mulheres ainda são sobrecarregadas e desprivilegiadas. Nestes países as vozes das mulheres trabalhadoras é fraca e sem vida. A verdade é que em países como a Noruega, a Austrália e a Finlândia e alguns Estádios da América do Norte - as mulheres ganharam direitos civis antes da guerra. [4]

Na Alemanha, depois do Kaiser ser deposto e a republica burguesa ser estabelecida, encabeçada pelos "conformistas", [5] trinta e seis mulheres tiveram entrada no parlamento - nenhuma era comunista!Em 1919, em Inglaterra, uma mulher foi eleita pela primeira vez Deputada [Membro do Parlamento]. Mas quem era ela? Uma "Lady". O que quer dizer uma latifundiária, uma aristocrata.

Também, em França, as questões começaram a apareçer em ralação ao voto das mulheres.Mas para que servem estes direitos das mulheres trabalhadoras no âmbito de parlamentos burgueses? Enquanto o poder estiver nas mãos dos capitalistas e dos proprietários, nenhuns direitos políticos salvaram as mulheres trabalhadoras da tradicional situação de escravatura tanto em casa como na sociedade. A burguesia francesa esta pronta para atirar um outro golpe ás classes trabalhadoras, devido ao crescimento das ideias Bolcheviques entre o proletariado: estão preparados a dar o direito de voto às mulheres. [7]

Sr. Burguês, Sir - é tarde de mais!Depois da experiencia da Revolução de Outubro na Rússia, fica claro para toda a mulher trabalhadora em França, em Inglaterra e em outros países que apenas a ditadura do proletariado, só o poder dos sovietes pode garantir completa e absoluta igualdade, a vitória final do comunismo derrubará o século de velhas cadeias de repressão e falta de direitos.

Se a tarefa do "Dia Internacional da Mulher Trabalhadora" foi a princípio, devida à supremacia de parlamentos burgueses, a luta pelo direito ao voto das mulheres, a classe trabalhadora tem agora um novo objectivo: o de organizar as mulheres trabalhadoras em volta do lema da Terceira Internacional. Em vez de participarem nos trabalhos dos parlamentos burgueses, ouçam a chamada da Rússia:

"Mulheres trabalhadoras de todos os países! Organizem uma frente unida proletária na luta contra aqueles que pilham o mundo! Abaixo com o parlamentarismo da burguesia! Acolhemos o poder soviético! Abaixo as desigualdades sofridas tanto por homens como mulheres! Lutaremos com os trabalhadores pelo triunfo do comunismo no mundo inteiro!"

Este apelo foi ouvido inicialmente durante o apelo a uma nova ordem, nas batalhas das guerras civis também será ouvido e produzirá um impacto nos corações das mulheres trabalhadoras de outros países. A mulher trabalhadora escutará e acreditará que esta chamada é certa. Até recentemente pensavam que se conseguissem enviar uns representantes ao parlamento as suas vidas seriam mais fáceis e a opressão capitalista mais tolerável. Agora sabem melhor.

Apenas o derrube do capitalismo e o estabelecimento do poder dos sovietes as salvará do sofrimento universal, humilhações e desigualdades que fazem a vida das mulheres trabalhadoras tão difícil nos países capitalistas.O "Dia Internacional da Mulher " transformou-se de um dia de luta pelo direito ao voto num dia de luta internacional pela absoluta libertação da mulher, o que quer dizer a luta pela vitória dos sovietes e do comunismo!
Abaixo com o mundo da propriedade e o poder do capital!Fora com a desigualdade, falta de direitos e a opressão das mulheres - o legado dos burgueses no mundo!Fomentar a união internacional de homens e mulheres trabalhadoras na luta pela ditadura do proletariado - o proletariado de ambos os sexos!

A Rússia Czarista ainda usava o velho calendário "Juliano" da Idade Média, que estava 13 dias atrasado em relação ao "Gregoriano" usado na maioria do mundo. Então o 8 de Março era " 23 de Fevereiro" no antigo calendário. É por isso que a revolução de Março de 1917 é chamada "a revolução de Fevereiro" e a de "Novembro 1917", " a Revolução de Outubro".Clara Zetkin foi a líder do movimento socialista Alemão e a principal líder do movimento internacional das mulheres trabalhadoras. Kollontai era delegada na conferência internacional representando os trabalhadores têxteis de São Petersburgo.Isto não é bem exacto, a maioria dos trabalhadores não qualificados em Inglaterra, França e Alemanha não podiam votar. Uma pequena percentagem de trabalhadores [homens] nos Estados Unidos podia votar - particularmente homens imigrantes. No sul dos EUA, os negros eram impedidos de votar várias vezes. Os movimentos sufragistas da classe média a favor do sufrágio universal em todos os países europeus não lutaram para dar o voto tanto a homens como a ou mulheres trabalhadoras.Mulheres ganharam o direito ao voto em muitos Estados Americanos antes da Primeira Guerra Mundial. Uma emenda federal datada de 26 de 1920 garantiu que todas as mulheres com mais de 21 anos tivessem o direito ao voto. Não foi até aos anos 60 que as barreiras legais destinadas ao voto das classes trabalhadoras votando nos Estados Unidos foram abolidas.Os "conformistas" a que Kollontai refere são os membros do partido Social Democrata que formaram o novo governo na Alemanha após a queda do Kaiser em 1918. E activamente apoiaram a contra-revolução depois de deixar o governo.Enquanto a aristocrata Lady Astor, foi no entanto a primeira mulher a servir no Parlamento Britânico, a revolucionária Irlandesa Constance Mankieviczs. Tal como outros membros do partido Sinn Fein, recusou tomar assento no parlamento imperial:As mulheres francesas não tiveram o direito ao voto até ao final da Segunda

sábado, 6 de junho de 2009

Império Espanhol

É denominado Império Espanhol o conjunto de territórios conquistados, herdados e reclamados pela Espanha ou pelas dinastias reinantes na Espanha, entre os séculos XVI e XX, abrangendo países agora independentes na Europa, Américas, África e Ásia; ainda que em alguns deles, tais como as grandes pradarias da América do Norte ou a mais ao sul da América do Sul, a presença estável espanhola foi muitas vezes mais teórica que real. Alcançou os 20 milhões de quilômetros quadrados ao final do século XVIII. Durante os séculos XVI e XVII criou-se uma estrutura própria não sendo chamado de império colonial até o ano de 1768,[1] sendo no século XIX quando adquire estrutura puramente colonial.

Não existe uma postura unânime entre os historiadores sobre os territórios concretos possuídos pela Espanha porque, em ocasiões, fica difícil delimitar se determinado lugar era parte da Espanha ou formava parte das possessões do rei da Espanha, especialmente em uma época em que não estava clara a diferença entre as possessões do rei e as do país aonde residia, como tampouco a herança e finanças. Assim, tradicionalmente se consideram os Países Baixos como parte do mesmo (tese majoritária na Espanha e nos Países Baixos entre outros); mas existem autores como Henry Kamen que proclamam que esses territórios nunca se integraram ao Império Espanhol, e sim nas posses pessoais dos Austrias.name="aventura1">Henry Kamen, La aventura de la Historia, nº 76, fevereiro de 2005, El Mundo, Madrid.

Os espanhóis começaram as suas explorações pelo ocidente, com a descoberta das Índias Ocidentais por Cristóvão Colombo, em 1492 e iniciaram imediatamente a colonização forçada do continente americano. Em meados do século XVI, a Espanha controlava quase toda a zona costeira das Américas, desde o Alasca à Patagônia, no ocidente, e desde o atual estado estadunidense da Geórgia, toda a América Central e o Caribe até a Argentina – com excepção do Brasil, pertencente a Portugal (ver Tratado de Tordesilhas).

sexta-feira, 5 de junho de 2009

O que é a História?

A História é uma palavra que vêm do grego "ιστορ" que significa "testemunha", e é um termo genérico geralmente aplicado em referência a ocorrências passadas. O significado de história, segundo a edição de 1911 da Enciclopédia Britannica é que "a história, em seu senso geral, é tudo o que aconteceu, não somente os fenómenos da vida humana como também os acontecimentos ocorridos no mundo natural. Inclui tudo o que passa por mudanças; e como as ciências modernas já mostraram que nada no universo é absolutamente estático, conclui-se que todo o universo, e todos os seus componentes, possuem sua própria história." Os historiadores usam várias de fontes de informação para construir a sucessão de eventos históricos, como, por exemplo, escritos, gravações, entrevistas e achados arqueológicos. Algumas abordagens são mais freqüentes em certos períodos do que em outros e o estudo da História também acaba apresentando costumes e modismos. O objetivo do historiador é, procurar no presente, respostas do passado.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Instituto de História

"História, cultura e arte: o que fazemos à todo segundo"


Sacro Império Romano-Germânico"... Diz-me para que serve a História" – é a frase que abre o livro do historiador francês Marc Bloch, destinado a responder à interrogação de um jovem, curioso – ou preocupado... -, com a aparente inutilidade da profissão do seu pai... Marc Bloch respondeu com um livro, com toda uma obra historiográfica, mas também com um percurso de cidadania. Deu aulas, fundou grupos de discussão sobre o passado, tentou renovar a forma como os homens olhavam para as suas origens e sugeriu que não as mitificassem de forma prejudicial.

O Instituto de História é o responsável dentro da Wikiversidade pela criação, manutenção e coordenação dos departamentos, cursos e disciplinas de nível fundamental, técnico, superior e livres nas áreas de História assim como por cursos e disciplinas em união com outros Institutos.

Sinta-se à vontade para visitar as páginas do Instituto, participar dos cursos, manter contato com os participantes dos diversos Departamentos, e caso se sinta preparado não se acanhe em colaborar com edições e participar das discussões. Se você é um estudioso de algum curso da área de História, colabore com o Instituto de História da Wikiversidade. Inscreva-se como tutor ou autor de conteúdo didático e participe!

terça-feira, 2 de junho de 2009

História de Rolândia

A cidade de Rolândia foi fundada pela “Companhia de Terras Norte do Paraná”, subsidiária da “Paraná Plantation Ltda”, cujos donos eram ingleses. No dia 29 de junho de 1934, iniciou-se a construção da primeira casa no perímetro urbano, o Hotel Rolândia. Daí para frente as construções se sucederam e uma próspera vila emergiu no local da mata. Nascia Rolândia.

A fama da fertilidade da “Terra Roxa” se espalhou por todos os rincões do país e o Norte do Paraná ficou sendo conhecido como a Canaã Brasileira. Logo, estrangeiros mineiros, paulistas, baianos e filhos de imigrantes alemães radicados em Santa Catarina e Rio Grande do Sul estavam povoando e construindo Rolândia. Os imigrantes estrangeiros foram direcionados a se estabelecerem aqui, ou por alguma Sociedade que cuidava da imigração, ou por orientação da própria Companhia de Terras.

Dos imigrantes estrangeiros que colaboraram no desenvolvimento de Rolândia, destacam-se japoneses, alemães, italianos, portugueses, espanhóis, sírio-libaneses, húngaros, suíços, poloneses, tchecos, austríacos, entre outros. O nome de Rolândia é de origem germânica, nome dado em homenagem a Roland, legendário herói alemão, que na Idade Média guerreava ao lado de seu tio, Carlos Magno, e seu lema era lutar pela “Liberdade e Justiça”.

Após a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha foi assolada por uma grande crise econômica. Alguns políticos alemães, interessados em solucionar os problemas, principalmente dos filhos dos pequenos lavradores, criaram Companhias com objetivo de incentivar a imigração. Entre estas se destacou a “Companhia Para Estudos Econômicos Além-Mar”. Esta Companhia teve como 1º Presidente o Ministro Alemão Hans Luther, e alguns anos após, Erich Koch-Weser assumiu a presidência. Neste período muitas Companhias Colonizadoras Inglesas ofereciam terras aos interessados em imigração, entre elas, a “Paraná Plantation Ltda.” que possuía duas filiais no Brasil, A “Companhia de Terras Norte do Paraná” e a “Companhia Ferroviária São Paulo-Paraná”.

Ao assumir a presidência da Companhia para Estudos Econômicos Além-Mar, Erich Koch-Weser convidou Oswald Nixdorf para estudar junto à “Paraná Plantation”, um local ideal para dar início a uma colonização alemã no Brasil. (1931): Escolhido o local, em 1932, Nixdorf é contratado pela Companhia Alemã, com a finalidade de seguir para o Brasil e aqui orientar os imigrantes alemães. No início, os imigrantes que se dirigiram ao Brasil eram basicamente constituídos de filhos de agricultores ou pessoas que queriam tentar a sorte em outro país.

Contudo, a partir das perseguições políticas, religiosas e raciais, desencadeadas pelo Nazismo, o tipo de imigrante mudou. Todo aquele que, de uma maneira ou de outra, temia a política repressiva do Nazismo procurou sair da Alemanha. Políticos, religiosos e alemães-judeus (estes quase todos com cursos universitários) vão engrossar o número daqueles que procuraram vir para Rolândia. Em 1934, inicia-se na Alemanha uma restrição à imigração. Até então, o valor que cada imigrante poderia levar consigo era de dez mil marcos. Com a restrição, este valor caiu para dez marcos. A Companhia de Terras logo encontrou a solução, a da PERMUTA.

Como a Companhia de Terras precisava de material para levar a Estrada de Ferro até Rolândia e a Alemanha possuía este material (trilhos etc), ficou combinado que o dinheiro do imigrante ficaria na própria Alemanha. O imigrante compraria o material ferroviário que a Companhia de Terras precisava e em troca recebia títulos que equivaliam a terras em Rolândia. Graças a esta forma de permuta, a Companhia de Terras conseguiu o prolongamento da Estrada de Ferro até Rolândia. Em janeiro de 1935 aqui chegava pela primeira vez a famosa Maria Fumaça.

A contribuição dos imigrantes estrangeiros e dos migrantes brasileiros foi de fundamental importância no desenvolvimento de nossa cidade. Os primeiros anos foram de muitas dificuldades, mas a vontade de vencer e de sobreviver fez do pioneiro um forte, verdadeiro herói anônimo, que além de tudo teve que suportar as agruras decorrentes da Segunda Guerra Mundial.

Rolandia, a exemplo de outras cidades brasileiras, cujos nomes eram de origem germânica, teve que mudar seu nome(assim como Cambé). Em 30 de dezembro de 1943, ao mesmo tempo em que era criado o município de Rolândia, o nome foi trocado para Caviúna. Somente em 1947 é que retornou o antigo nome Rolândia. Hoje, aos 68 de sua fundação, podemos dizer que Rolândia é uma cidade humana, cuja riqueza ainda é proveniente da agricultura.

No começo, os cafezais é que geravam a riqueza; hoje, a diversificação da agricultura se faz presente com destaque na soja, milho, trigo, cana de açúcar e laranja. Rolândia conta ainda com uma empresa frigorifica, uma cooperativa agropecuaria, uma usina de álcool, um setor pecuarista e parque industrial fortes.

domingo, 31 de maio de 2009

Vietnã: há 35 anos da derrota dos Estados Unidos

Faz 35 anos, em 30 de abril de 1975, os tanques das Forças Armadas Populares de Libertação do Vietnã penetraram nos muros exteriores do antigo Palácio Presidencial de Saigon e seus combatentes içaram as bandeiras vitoriosas do Governo Revolucionário Provisório e da Frente Nacional de Libertação.
A guerra e a ocupação militar e política dos Estados Unidos terminaram nesse dia, definitivamente.
Havia passado mais de uma década desde que, em agosto de 1964, o governo dos Estados Unidos, presidido então por Lyndon B. Johnson, havia cometido a grande fraude da auto-agressão a um barco norte-americano. O fato foi conhecido como "acontecimentos do Golfo de Tonkín" e serviu de pretexto para iniciar a guerra aérea de destruição contra o Norte do Vietnã e justificar a guerra especial no Sul.
Na realidade, desde 1971 os estadunidenses haviam começado a perder a guerra quando não puderam controlar as fronteiras entre Vietnã, Laos e Camboja pela estrada 9 e o Pentágono fora derrotado em sua guerra meteorológica, que tinha como objetivos danificar os diques e represas do Norte.

As forças de Lon Nol e Sirik Matak, no Camboja, estavam em bancarrota, as zonas liberadas abarcavam mais de 50% dos cenários da guerra, e uma forte ofensiva militar dos patriotas do Sul havia obrigado a Casa Branca a assinar os acordos de Paris de 27 de janeiro de 1973 para restabelecer a paz no Norte. Mas os Estados Unidos não se haviam rendido e o presidente de então, Richard M. Nixon,mantinha sua febril e veemente ideia de dominar e acabar com as forças de libertação. Os ocupantes tinham deslocado, nas cinco zonas militares em que dividiram o Sul do país, 1 milhão 200 mil soldados saigoneses, agrupados em 13 divisões, sem incluir o pessoal da marinha e da aviação, esta última dotada de mil 800 aparatos táticos, a metade deles helicópteros, mil 400 unidades de superfície, 2 mil embarcações fluviais, sofisticados equipamentos de comunicação e de outras especialidades.

Contavam, além disso, com cinco super portos, numerosas bases aeronavais, como as de Da Nang, a maior do mundo então, Cam Ranh, 10 aeroportos de envergadura como o de Tan Son Nhut em Saigon e 200 médios e pequenos aeroportos.
VietcongAnte a evidente deterioração da situação do inimigo e das flagrantes violações dos acordos de Paris por parte de Washington, o comando político vietnamita instruiu o Estado-maior de suas Forças Armadas a preparar a batalha final pela libertação, quando apenas começava o ano 1974. A primeira prova se produziu com a batalha contra a base de Phuoc Long, onde estavam acantonados 5 mil soldados do regime saigonês.
A essa vitória sucederam muitas outras, as quais determinaram que o Comitê Central escolhesse 10 de março de 1975 como data para lançar a grande ofensiva final.

O ponto de partida foi a cobiçada Buon Me Thuot, nos planaltos centrais, onde as forças de libertação, em vez de atacar a periferia como costumavam fazer, se ccomunicação. Dessa maneira, deixaram o país dividido pela metade, debilitando as tropas inimigas, o que possibilitou que fossem caindo escalonadamente baluartes militares como Pleikú, Che Reo, Hue, Da Nang, Nha Trang, Luang Tri e muitos outros.
A longa e fortificada cadeia de bases e acampamentos militares saigoneses em toda a extensão do país se foi desmantelando como um castelo de cartas, a uma velocidade insuspeitável.
Assím o percebíamos os que nesse momento estávamos em Hanoi e corroborávamos com os especialistas militares que nossos anfitriões do Norte punham a nossa disposição para ter de primeira mão notícias do que acontecia e fazer reportagens fiéis para nossos meios de comunicação.

Durante os dias 26, 27 e 28 de abril, a ofensiva patriota se generalizou por toda a faixa costeira e permitiu consolidar o dominio das regiões militares I e II. Aquilo determinou a decisão do Comitê Central de ordenar a Operação Ho Chi Minh pela libertação de Saigon, que originalmente não estava no plano, segundo nos explicaram ulteriormente os chefes da ofensiva.

A batalha final se iniciou com combates encarniçados em Long Binh, Xuan Loc, Bien Hoa e Cu Chi, casa por casa e polegada a polegada, para romper o famoso cordão sanitário que protegíi militarmente a capital sulista. Ho Chi MinA Operação Ho Chi Minh foi fulminante e durou menos de 48 horas.
No dia 28, vendo já indefectivelmente perdido o regime de Nguyen Van Thieu, o embaixador estadunidense Graham Martin fugiu de Saigon pelo telhado da sede diplomática num helicóptero, vergonhosa cena que ficou impressa para a história em jornais, revistas e filmes.

Às 13h30 do 30 de abril de 1975, três tanques PT76 e duas tanquetas norte-americanas repletas de jubilosos combatentes revolucionários, baixavam a toda velocidade pela rua Pesteur em direção ao rio Mekong em meio a aclamações; chegaram ao Palácio Presidencial e irromperam nele derrubando em sua passagem uma parte do muro exterior que o rodeava. Poucos dias depois, quando o mundo já havia festejado o Primeiro de Maio, dia dos Trabalhadores, e com a grata coincidência de ser o mês de nascimento e de homenagem ao heroi eterno do país, Saigon foi batizada para sempre com seu nome: Cidade Ho Chi Minh.

O general Vo Nguyen Giap, a quem encontramos de maneira fortuita nas praias de Nha Trang rumo a Saigon ainda com cheiro de pólvora, nos confirmava o êxito rotundo e definitivo da guerra de todo o povo.
Em 30 de abril de 1975, não só caiu o regime títere saigonês e com ele a ocupação do então Vietnã do Sul que o governo dos Estados Unidos havia sustentado a um preço desmesurado desde a derrota dos colonialistas franceses na década dos anos 50 do século passado.
Caiu um regime despótico, cruel e sanguinário, instalado pelo imperialismo no Vietnã do Sul a sangue e fogo, com o que haviam estancado no paralelo 17 a revolução nacional democrática liderada por Ho Chi Minh.

Foi quebrada uma estratégia depurada dos imperialistas para produzir o neocolonialismo estadunidense em série, e sepultada a expansão norte-americana no Sudeste da Ásia. E, naquele então, resultou frustrada a possibilidade de que a experiência estadunidense na Indochina fosse aplicada na América Latina, África e outras zonas de influência norte-americana. No plano corporativo, também ficaram para trás as ambições desmedidas das transnacionais de arrancar até as últimas riquezas naturais da Península.

No estratégico, saiu derrotada a manuseada e enfermiça sede de vitória por meio das armas que propugnava o chamado "mundo livre".
O Vietnã, realmente, teve que marcar o limite até o qual poderia chegar o expansionismo norte-americano.

Com o Afeganistão e o Iraque, e com o estabelecimento de bases militares na Colômbia, as últimas administrações estadunidenses, incluída a de Barack Obama, demonstraram que não querem aprender as lições da história.
Por isso mesmo, a experiência do Vietnã não pode ser desaproveitada pela América Latina nestes tempos de tantos perigos, ameaças e aventureirismos.

sábado, 30 de maio de 2009

Engano e crime: inseparáveis nas agressões contra Cuba

Havana, 15 abr. (PL) - Engano e crime parecem ser duas partes inseparáveis nas agressões contra Cuba, atacada hoje por uma campanha mediática e 49 anos atrás vítima de bombardeios de oito aviões B-26. Essas aeronaves, com as insignas da Força Aérea Revolucionária e o símbolo nacional, respondiam aos interesses mercenários e, em lugar de defender um povo vitorioso, arremeteram de maneira vil contra ele.

Quase meio século depois, os mesmos inimigos, eternos violadores dos direitos humanos, impulsioram uma onda internacional de mentiras em aras de desacreditar um processo que pôs o homem como verdadeiro protagonista do bem social. A carga mortífera dos B-26 encontrou alvos em três aeroportos da maior ds Antilhas: um no municipio havaneiro de San Antonio de los Baños, outro nesta capital e o último na oriental cidade de Santiago de Cuba.

O propósito dos ataques era destruir os aviões em terra e privar à maior ds Antilhas desses meios para sua defesa ante a invasão que por Playa Girón, na ocidental província de Matanzas, ocorreria umas horas depois. Naquela madrugada de 15 de abril de 1961, artilheiros, pilotos e mecânicos cubanos ocuparam rapidamente seus postos e muitos jovens puseram a funcionar todas as peças antiaéreas em questão de segundos.

De acordo com testemunhos de protagonistas de ditos sucessos uma decisão ocupava suas mentes: defender até as últimas consequências a independência e soberania conquistadas com muito sangue, suor e sacrifício. Sete mortos e 53 feridos constituiram o nefasto saldo para os cubanos, que desde esses instantes permaneceram em pé de guerra durante quatro dias para assestar a primeira derrota do imperialismo estadunidense em América Latina.

A administração norte-americana reconheceu a paternidade dos ataques dos referidos aviões e a posterior invasão mercenária conhecida em círculos políticos de Washington como a da Baía dos Porcos. Entre as vítimas fatais esteve o jovem de 25 anos Eduardo García Delgado, membro das Milícias Nacionais Revolucionárias e artilheiro do aeropuerto de Ciudad Libertad na capital, um dos bombardeados.

Momentos antes de perder la vida, este homem, que figura na lista de mais de 2. 350 compatriotas seus mortos em consequência da política agressiva dos Estados Unidos contra Cuba desde 1959, escreveu com seu sangue "Fidel". O gesto de García Delgado encerra uma grande dose de simbolismo e a fidelidade ao líder da Revolucção cubana, Fidel Castro, guia de um processo que resistiu com sobrada dose de dignidade a inumeráveis ataques.

Inspirado no heróico comportamento, o Poeta Nacional cubano, Nicolás Guillén, criou um poema intitulado "La Sangre Numerosa", cujos primeiros versos afirmam: "Quando com sangue escreve/ Fidel este soldado que pela Patria morre/ não digais miserere:/esse sangue é o símbolo da Pátria que vive".

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Brincadeiras do Folclore

O que são

Além dos contos, danças, festas e lendas, o folclore brasileiro é marcado pelas tradicionais brincadeiras. As brincadeiras folclóricas são aquelas que passam de geração para geração. Muitas delas existem há décadas ou até séculos. Costumam sofrer modificações de acordo com a região e a época, porém, a essência das brincadeiras continua a mesma da origem.

Grande parte das brincadeiras folclóricas envolve disputas individuais ou em grupos. Possibilitam também a integração e o desenvolvimento social e motor das crianças.

A preservação destas brincadeiras é muito importante para a manutenção da cultura folclórica. Por isso, são muito praticadas, principalmente, durante o mês de agosto que é destinado ao folclore.

Jogos, brincadeiras e brinquedos do folclore:

- Soltar pipa: as pipas, também conhecidas como papagaios, são feitas de varetas de madeira e papel. Coloridas, são empinadas (soltadas) pelos meninos em dias de vento. Com uma linha, os garotos conseguem direcionar e fazer malabarismos no céu.

- Estilingue: também conhecidos como bodoques, são feitos de galhos de madeira e borracha. Os meninos usam pedras para acertar alvos (latas, garrafas e outros objetos).

- Pega-pega: esta brincadeira envolve muita atividade física. Uma criança deve correr e tocar outra. A criança tocada passa ter que fazer o mesmo.

- Esconde-esconde: o objetivo é se esconder e não ser encontrado pela criança que está procurando. A criança que deverá procurar deve ficar de olhos tapados e contar até certo número enquanto as outras se escondem. Para ganhar, a criança que está procurando deve encontrar todos os escondidos e correr para a base.

- Bola de gude: coloridas e feitas de vidro, são jogadas no chão de terra pelos meninos. O objetivo é bater na bolinha do adversário para ganhar pontos ou a própria bola do colega.

- Boneca de pano: feitas pelas mães e avós, são usadas em brincadeiras pelas meninas para simular crianças integrantes de uma família imaginária.

- Pião: a brincadeira de pião ainda faz muito sucesso, principalmente, nas regiões do interior do Brasil. Feitos de madeira, os piões são rodados no chão através de um barbante que é enrolado e puxado com força. Muitas crianças pintam seus piões. Para deixar mais emocionante a brincadeira, muitos meninos fazem malabarismo com os piões enquanto eles rodam. O mais conhecido é pegar o pião com a palma da mão enquanto ele está rodando.

sábado, 2 de maio de 2009

Recordada libertação do fascismo na Alemanha

Berlim, 8 mai. (PL) ─ Dezenas de milhares de pessoas evocaram hoje na Alemanha o Dia da Libertação do fascismo há 65 anos.
Desde as primeiras horas deste sábado, os assistentes à comemoração depositaram flores no monumento do parque berlinense de Treptow, erigido entre 1947 e 1949, como tumba para cinco mil soldados soviéticos caídos na luta contra os nazistas.

Agrupações antifascistas organizaram uma festa popular no parque, enquanto em outras cidades da Alemanha se efetuaram atividades pela efeméride.
Em 8 de maio de 1945, o marechal de campo nazista Wilhelm Keitel assinou a rendição oficial da Alemanha nazista diante do marechal russo Georgi Zhúkov, do Exército Vermelho,no bairro berlinense de Karlshorst.

Entretanto,o 8 de maio já não é um dia festivo oficial na Alemanha.
Somente no estado federado de Mecklemburgo-Pomerania Ocidental se celebra a capitulação da Alemanha nazista, herança da desaparecida República Democrática Alemã.
Numa entrevista com o jornal socialista Neues Deutschland, o presidente da Associação de perseguidos do regime nazista-Liga de Antifascistas (VVN-BdA), Hans Coppi, advertiu contra uma troca de paradigmas no tratamento da história.

Em muitos países europeus, o 8 de maio prossegue sendo um dia festivo, disse Coppi.
Entretanto, recordou que o Parlamento Europeu votou há umas semanas com uma maioria conservadora pelo 23 de agosto de 1939 como día comemorativo europeu "para as vítimas de todos os regímenes totálitarios e autoritários".

Conforme o presidente de la VVN-BdA, "tratam de eliminar o 8 de maio como símbolo de uma identidade europeia comum para equiparar o comunismo com o fascismo".
Nesse contexto, funcionários europeus pretendem atribuir à antiga União Soviética e à Alemanha nazista a mesma responsabilidade pela Segunda Guerra Mundial, agregou o presidente da associação antifascista mais antiga da Alemanha.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Lenda do Negrinho do Pastoreio

O Negrinho do Pastoreio é uma lenda do folclore brasileiro surgida no Rio Grande do Sul. De origem africana, esta lenda surgiu no século XIX, período em que ainda havia escravidão no Brasil. Esta lenda retrata muito bem a violência e injustiça impostas aos escravos.

A lenda

De acordo com a lenda, havia um menino negro escravo, de quatorze anos, que possuía a tarefa de cuidar do pasto e dos cavalos de um rico fazendeiro. Porém, num determinado dia, o menino voltou do trabalho e foi acusado pelo patrão de ter perdido um dos cavalos. O fazendeiro mandou açoitar o menino, que teve que voltar ao pasto para recuperar o cavalo. Após horas procurando, não conseguiu encontrar o tal cavalo. Ao retornar á fazenda foi novamente castigado pelo fazendeiro. Desta vez, o patrão, para aumentar o castigo. colocou o menino pelado dentro de um formigueiro. No dia seguinte, o patrão foi ver a situação do menino escravo e ficou surpreso. O garoto estava livre, sem nenhum ferimento e montado no cavalo baio que havia sumido. Conta a lenda que foi um milagre que salvou o menino, que foi transformado num anjo.

Objetos perdidos

O Negrinho do Pastoreio é considerado, por aqueles que acreditam na lenda, como o protetor das pessoas que perdem algo. De acordo com a crença, ao perder alguma coisa, basta pedir para o menino do pastoreio que ele ajuda a encontrar. Em retribuição, a pessoa deve acender uma vela ao menino ou comprar uma planta ou flor.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

A 76 anos do assassinato de Augusto C. Sandino

SandinoManágua, 19 fev. (PL) - A Nicarágua se prepara para recordar, no próximo domingo, o 76 aniversário do assassinato de Augusto C. Sandino, considerado aqui o homem que ensinou o caminho da dignidade aos nicaraguenses. Em 21 de fevereiro de 1934, ao sair de uma reunião com o presidente Juan Bautista Sacasa, o "General de homens livres" foi capturado e posteriormente assassinado por soldados da Guarda Nacional, em cumprimento de ordens do tristemente célebre Anastasio Somoza García, então chefe desse corpo armado.
Nascido em Niquinohomo, no departamento de Masaya, em 18 de maio de 1895, Augusto Nicolás Calderón Sandino - esse era seu nome - trabalhou desde menino na colheita de café em plantações do Pacífico nicaraguense e mais tarde ganhou a vida em diversos ofícios.

Como muitos de seus compatriotas, emigrou a países vizinhos em busca de melhores oportunidades laborais e trabalhou como mecânico en Costa Rica, e nas plantações da United Fruit em Honduras e Guatemala, antes de marchar ao México, onde encontrou emprego em empresas petroleiras.As primeiras décadas do século passado foram marcadas na Nicarágua por uma grande turbulência política, que teve como principal ingrediente vários desembarques de tropas estadunidenses e a ocupação quasei permanente do país por Washington.

Nesse cenário, o jovem Sandino alimenta sua formação política com as influências de patriotas como Benjamín Zeledón, que em 1912 enfrenta os invasores norte-americanos e morre em combate em outubro desse ano.Em maio de 1926, tropas dos Estados Unidos voltam a desembarcar, desta vez por Bluefields, e começa a chamada guerra constitucionalista. Sandino, então no México, regressa ao país e em outubro desse ano se levanta em armas à frente de alguns trabalhadores das minas de San Albino.

Nos anos que se seguem, à frente de seu "pequeno exército louco", Augusto C. Sandino foi forjando sua legenda, baseada na decisão de não depor as armas e continuar o combate enquanto as tropas invasoras permanecessem no território nacional.Em janeiro de 1933, esse objetivo se consegue com a retirada do país dos invasores estadunidense. Juan Bautista Sacasa assume a presidência e o general Somoza a chefia da Guarda Nacional. Sandino viaja a Manágua em fevereiro desse ano e assina um tratado de paz.

Sem embargo, seu exemplo de patriota que não claudica era muito difícil de suportar pelas personalidades de um regime submetido plenamente aos Estados Unidos, e tampouco por Washington, que o considerava um fator de risco para seu controle absoluto da nação centro-americana.
Isso levou a seu assassinato em 21 de fevereiro, no qual Anastasio Somoza somou méritos a um expediente criminal que lhe permitiu depois ser escolhido por Washington para governar o país e iniciar uma dinastia ditatorial que manteve a Nicarágua subjugada por mais de 40 anos.É um aniversário a mais da "passagem à imortalidade" de Augusto C. Sandino, herói nacional, o que agora se preparam para recordar em numerosas localidades da geografia nicaraguense, especialmente em Niquinohomo, onde se efetuará o ato central pela efeméride.

domingo, 5 de abril de 2009

Morreu Howard Zinn, o historiador que desafiou o establishment

Howard Zinn, historiador da Universidade de Boston, ativista político, desde cedo opositor à intervenção estadunidense no Vietnã e um dos principais críticos do presidente da Universidade de Boston, John Silber, morreu de um ataque do coração em Santa Mônica (Califórnia) durante uma viajem, segundo comunicou sua família. Tinha 87anos.
«Seus escritos mudaram a consciência de toda uma geração e ajudaram a abrir novos caminhos na compreensão e no significado crucial de nossas vidas», escreveu numa ocasião Noam Chomsky, ativista da esquerda estadunidense e professor do MIT. «Quando se o chamava à ação, podia se estar sempre seguro de que ele estaria na linha de frente. Um exemplo e um guia em quem se podia confiar.»

Para o doutor Zinn, o ativismo era a extensão natural da revisão da história que fazia em suas aulas. O livro mais conhecido de Zinn, A People's History of the United States (1980), não tinha como heróis os Founding Fathers - muitos deles proprietários de escravos e profundamente vinculados ao status quo, como o Dr. Zinn assinalava no começo da obra - mas os granjeiros da Rebelião de Shay e os dirigentes sindicais da década dos trinta.Como escreveu em sua autobiografia, You Can't Be Neutral on a Moving Train (1994), «minhas aulas estavam animadas desde o princípio por minha própria história. Não só queria ser justo com outros pontos de vista, senão que também queria oferecer algo mais que "objetividade": queria que os estudantes abandonassem minha aula não melhor informados, senão que melhor preparados para renunciar ao conforto do silêncio, mais preparados para falar, para atuar contra a injustiça ali onde a vissem. Tudo isso foi, por suposto, uma boa receita para buscar-me problemas.»

Certamente foi a receita para a disputa entre Zinn e Silber. Zinn, em duas ocasiões, até ajudou a encaminhar o voto de sua faculdade para destituir o presidente da Universidade de Boston, que, por sua vez, acusou o Dr. Zinn de incêndio (uma acusação da qual rapidamente se retratou) e o citou como principal exemplo de «aqueles que envenenam tudo o que há de bom no mundo acadêmico.»O Dr. Zinn foi vice-presidente do comitê de greve quando os professores da Universidade de Boston foram à greve em 1979. Quando terminou a greve, ele e quatro colegas foram acusados de violar seus contratos ao recusar cruzar um piquete de secretárias. Os encargos contra "os cinco da Universidade de Boston" logo foram revogados.

Howard Zinn nasceu em Nova Iorque em 24 de agosto de 1922, filho de um matrimônio de imigrantes judeus, Edward Zinn, garçom de profissão, e Jennie (Rabinowitz) Zinn, dona de casa. Estudou em escola pública em Nova Iorque e trabalhou nos estaleiros do Brooklyn antes de ser alistado na Forças Aérea durante a Segunda Guerra Mundial, quando serviu num bombardeiro da Oitava, alcançando o posto de alferes e obtendo a medalha do ar.Terminada a guerra, Zinn trabalhou numa série de ofícios de pouca monta até que entrou na Universidade de Nova Iorque, graças a GI Bill, com 27 anos. O professor Zinn, que havia desposado Roslyn Schechter em 1944, trabalhava à noite num armazém carregando caminhões para custear seus estudos. Licenciado pela Universidade de Nova Iorque, prosseguiu seus estudos de doutorado na Universidade de Columbia. Foi professor auxiliar na Universidade de Upsala e professor convidado na Universidade de Brooklyn antes de dar aulas na Universidade Spelman de Atlanta, em 1956, no departamento de história, ministrando um curso sobre a história das mulheres afro-americanas. Entre seus estudantes, encontrava-se a romancista Alice Walker, que o qualificou como «o melhor professor que já teve», e Marian Wright Edelman, futura presidenta da Fundação Children's Defense.

Durante essa época, o Dr. Zinn foi um participante muito ativo do movimento dos direitos civis. Foi membro do Comitê de coordenação de estudantes para a não-violência, a organização mais militante de todas as dos direitos civis da época, e participou em numerosas manifestações.

O Dr. Zinn se converteu em professor auxiliar de ciências políticas da Universidade de Boston em 1964, na qual foi nomeado professor titular em 1966.Seu ativismo o levou a postular contra a Guerra do Vietnã. Zinn participou em numerosas palestrar e teach-ins, e atraiu a atenção de todo o país quando ele e outro destacado antibelicista, o reverendo Daniel Berrigan, visitaram Hanói em 1968 para reunir-se com três prisioneiros liberados pelos norte-vietnamitas.

A participação do Dr. Zinn no movimento anti-guerra o levou a publicar dois livros: Vietnam: The Logic of Withdrawal (1967) e Disobedience and Democracy (1968). Previamente, havia publicado La Guardia in Congress (1959) - com o qual ganhou o prêmio da Associação de História Albert J. Beveridge -, SNCC: Los nuevos abolicionistas (1964), The Southern Mystique (1964) e New Deal Thought (1966). O Dr. Zinn também foi autor de The Politics of History (1970), Postwar America (1973), Justice in Everiday Life (1974) e Declarations of Independence (1990).

Em 1988, Zinn retirou-se temporariamente da universidade para proferir conferencias e escrever. Nos últimos anos, dedicou-se sobretudo à escritura de obras teatrais, das quais foram encenadas Emma, sobre a dirigente anarquista Emma Goldman, e Daughter of Venus.
O Dr. Zinn (melhor dito: seu principal livro) participou do filme de 1997 Good Will Hunting, quando o protagonista epônimo interpretado por Matt Damon elogia A People's History e anima o personagem interpretado por Robin Williams a lê-lo. Damon, que co-escreveu o roteiro do filme, foi vizinho de Zinn em sua infância. Damon produziria anos depois a versão televisionada do livro The People Speak, que foi ao ar no Canal História em 2009. Damon também foi o narrador do documentário biográfico sobre Zinn: Hozard Zinn: You Can't Be Neutral on a Moving Train. Em seu último dia de aula na Universidade de Boston, Howard Zinn terminou a aula trinta minutos antes para unir-se a um piquete e convidou os 500 alunos de sua classe a que se unissem a ele. Uma centena o fez.A esposa do Dr. Zinn faleceu em 2008. Zinn deixa uma filha, Myla Kabat-Zinn en Lexington, um filho, Jeff de Wellfleet, três netas e dois netos.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

História de Itapecerica da Serra

Em julho de 1562, por força de um levante armado que culminou em um ataque dos indios confederados, à vila de São Paulo de Piratininga (atual São Paulo capital) e outros nucleos de povoamento e colonização. a Companhia de Jesus decidiu instalar postos de defesa e colonização avançados entre eles em destaque: Carapicuíba, Guarulhos, Itapecerica da Serra, Embu, São Mateus e São Miguel.

Itapecerica tem origem em uma aldeia fundada pelos Jesuítas a 3 de setembro de 1562, sob a invocação de Nossa Senhora dos Prazeres, com o propósito de ser um posto avançado de colonização, catequização e de defesa contra ataques militares e de índios hostis aos Jesuítas. No século XVII o núcleo da população indígena foi consideravelmente aumentado com a vinda dos indígenas trazidos da aldeia de Carapicuíba, trazidos pelo sertanista Afonso Sardinha e deixados aos cuidados doutrinários do Padre Belchior de Pontes. Em 1689 a capela de Itapecerica contava com mais de novecentas almas sob a proteção do padre Diogo Machado, da Companhia de Jesus.

Em 1841 Itapecerica foi elevada à categoria de freguesia, sob a invocação de Nossa Senhora dos Prazeres e teve como primeiro vigário o padre Bento Pedroso de Camargo, nomeado por D. Manuel Joaquim Gonçalves de Andrade. Município desde 8 de maio de 1877, quando se emancipou do antigo município de Santo Amaro, que por sua vez foi reincorporado ao município da capital paulista em 1935. A primeira corrida de automóveis oficialmente organizada no Brasil por um clube automobilístico - no caso o Automóvel Club de São Paulo - aconteceu em 26 de julho de 1908, em Itapecerica da Serra-São Paulo. O vencedor foi Sílvio Álvares Penteado, pilotando um Fiat de 40 cavalos e aclamado como herói por uma multidão de dez mil pessoas.

Somente oito anos depois é que os carros voltariam a circular em São Paulo disputando uma corrida, quando um grupo de pilotos resolveu disputar uma prova num percurso entre São Paulo (cidade) e Ribeirão Preto. Em 1930 com a construção da Estrada de Ferro Mairinque-Santos que passa pela cidade mais precisamente no bairro da aldeinha ouve uma certa expansão da economia da cidade. Em 30 de Novembro de 1944 Itapecerica passou denominar-se Itapecerica "da serra" para diferenciar-se de sua homônima nas Minas Gerais e por estar na zona fisiográfica de Paranapiacaba.

Em 1959 foi criada a comarca de Itapecerica da Serra, composta pelos municípios de Embu, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, Juquitiba e Taboão da serra, a cidade de São Lourenço da Serra foi incluída em 1991 quando de sua emancipação da cidade de Itapecerica. Com a construção da Rodovia Régis Bittencourt BR-116 o acesso da cidade à região sul do Brasil foi consideravelmente melhorado tendo na inauguração da rodovia em 1960 contado com a presença do então presidente da república Juscelino Kubitschek.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Danças Folclóricas do Brasil

As danças sempre foram um importante componente cultural da humanidade. O folclore brasileiro é rico em danças que representam as tradições e a cultura de uma determinada região. Estão ligadas aos aspectos religiosos, festas, lendas, fatos históricos, acontecimentos do cotidiano e brincadeiras. As danças folclóricas brasileiras caracterizam-se pelas músicas animadas (com letras simples e populares) e figurinos e cenários representativos. Estas danças são realizadas, geralmente, em espaços públicos: praças, ruas e largos.

Principais danças folclóricas do Brasil

Samba de Roda

Estilo musical caracterizado por elementos da cultura afro-brasileira. Surgiu no estado da Bahia, no século XIX. É uma variante mais tradicional do samba. Os dançarinos dançam numa roda ao som de músicas acompanhadas por palmas e cantos. Chocalho, pandeiro, viola, atabaque e berimbau são os instrumentos musicais mais utilizados.

Maracatu

O maracatu é um ritmo musical com dança típico da região pernambucana. Reúne uma interessante mistura de elementos culturais afro-brasileiros, indígenas e europeus. Possui uma forte característica religiosa. Os dançarinos representam personagens históricos (duques, duquesas, embaixadores, rei e rainha). O cortejo é acompanhado por uma banda com instrumentos de percussão (tambores, caixas, taróis e ganzás).

Frevo

Este estilo pernambucano de carnaval é uma espécie de marchinha muito acelerada, que, ao contrário de outras músicas de carnaval, não possui letra, sendo simplesmente tocada por uma banda que segue os blocos carnavalescos enquanto os dançarinos se divertem dançando. Os dançarinos de frevo usam, geralmente, um pequeno guarda-chuva colorido como elemento coreográfico.

Baião

Ritmo musical, com dança, típico da região nordeste do Brasil. Os instrumentos usados nas músicas de baião são: triângulo, viola, acordeom e flauta doce. A dança ocorre em pares (homem e mulher) com movimentos parecidos com o do forró (dança com corpos colados). O grande representante do baião foi Luiz Gonzaga.

Catira

Também conhecida como cateretê, é uma dança caracterizada pelos passos, batidas de pés e palmas dos dançarinos. Ligada à cultura caipira, é típica da região interior dos estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Goiás e Mato Grosso. Os instrumento utilizado é a viola, tocada, geralmente, por um par de músicos.

Quadrilha

É uma dança típica da época de festa junina. Há um animador que vai anunciando frases e marcando os momentos da dança. Os dançarinos (casais), vestidos com roupas típicas da cultura caipira (camisas e vestidos xadrezes, chapéu de palha) vão fazendo uma coreografia especial. A dança é bem animada com muitos movimentos e coreografias. As músicas de festa junina mais conhecidas são: Capelinha de Melão, Pula Fogueira e Cai,Cai balão.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Reflexos do passado no presente

grego Heródoto no século V a.C. aos estudiosos contemporâneos, a busca pela verdade sobre os fatos que fizeram do mundo o que ele é hoje – a ciência chamada História – desenvolveu-se, tornou-se mais complexa e desempenha atualmente importante papel na construção das identidades das nações e na compreensão da sociedade. E já não se trata apenas de desvendar os acontecimentos e seus motivadores, mas contá-los da melhor forma possível, à maneira dos escritores. A importância de identificar as raízes das culturas e civilizações cresceu na medida em que as interseções cada vez maiores entre as nações – pela chamada globalização – teve como reação o recrudescimento das identidades étnicas, religiosas e também nacionais.

Segundo a professora Ione de Fátima Oliveira, chefe do departamento de História da UnB em 2004, escolher o curso significa, em primeiro lugar, conhecer em profundidade a trajetória das sociedades ao longo do tempo. “No curso de graduação em História, são diversas as disciplinas oferecidas, o que permite o aprofundamento dos estudos relativos à região, ao país e ao mundo”, conta. A História do Brasil, por exemplo, é vista em diversos semestres letivos, com distintos enfoques e professores.

Conforme o professor da UnB José Otávio Guimarães, tendo sempre o tempo como matéria-prima, o historiador pode voltar seu olhar para as histórias política, econômica, religiosa, das idéias, das mentalidades, dos costumes, da cultura, do cotidiano, das relações internacionais, das regiões, dos municípios, do mundo, antiga, medieval, moderna, contemporânea e outras. E ainda pode recortá-la em diferentes perspectivas de aproximação – daí a importância da pesquisa. “E a universidade tende a estimular a pesquisa, em processos que envolvem o trabalho conjunto de alunos e professores”, explica Ione.

O curso de graduação em História da UnB oferece duas habilitações: a licenciatura, direcionada ao magistério, e o bacharelado, voltado para a pesquisa. Na primeira, são exigidas disciplinas na área de pedagogia e um estágio supervisionado – para o qual os alunos da UnB têm vaga garantida na rede pública do Distrito Federal. Se optar pelo bacharelado, o estudante poderá desenvolver pesquisas em disciplinas específicas da História. Para ambos os casos, a duração média do curso é de quatro anos. Há ainda a possibilidade de escolher a dupla habilitação.

Fundamentalmente, o formado em História tem no ensino seu mais abrangente campo de trabalho – a educação básica, tanto na rede pública quanto na particular, sempre necessitará de professores. “Apesar de não ser uma profissão regulamentada em lei, o que em nada a prejudica, a História atualmente vê crescer seu campo de atuação profissional, com boas perspectivas de trabalho em arquivos, empresas, organizações não-governamentais, organismos internacionais e órgãos públicos”, destaca a professora Ione. Tratam-se, segundo Guimarães, de entidades interessadas em compreender fenômenos sociais atuais cuja perspectiva histórica esclarece nuances que, de outra forma, permaneceriam imperceptíveis.

Pesquisa - Outro nicho de atuação está na própria academia: a pós-graduação em História da UnB, que existe desde 1976, tem tradição e ajudou a criar o departamento de Relações Internacionais da universidade, o primeiro no país. Mestrado e Doutorado estão disponíveis, em quatro áreas de concentração: História Cultural, História das Idéias e Historiografia, História Social e Estudos Feministas e de Gênero.

Mas, antes disso ainda na graduação já é possível fazer pesquisa. Por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), alunos se unem a professores para aprofundar temas específicos. Para a professora Ione, o curso de História da UnB destaca-se em relação aos outro oferecidos na cidade e no país. “Nosso curso de História sempre foi reconhecido como um dos melhores do país. O corpo docente é integralmente formado por doutores, o que já é forte indicação do interesse na pesquisa, além de significativo índice de publicações”, justifica.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Departamento de Historias

A revista Opsis surgiu em 2001 da iniciativa de um pequeno grupo de professores reunidos na Universidade Federal de Goiás, no Campus Avançado de Catalão, que se organizaram e criaram o Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Estudos Culturais no anseio de edificar um espaço que agregasse pesquisadores e viabilizasse a produção de investigações e discussões ligadas ao campo da cultura. A revista veio após a criação do Núcleo (1997) e foi pensada como um veículo de difusão de suas produções e como instrumento de troca, de interação e de intersecção com pesquisadores de outras instituições.
A revista segue as diretrizes do Núcleo e sua proposta de diálogo interdisciplinar com as diversas áreas do conhecimento humano e social, ao invés de fechar numa disciplina em específico e ater às suas amarras e limitações. Ainda que a presença dos historiadores tenha sido primordial e majoritária no grupo, que teve seu núcleo inicial alargado também por pesquisadores das áreas da educação, psicologia, geografia, educação física, letras..., a perspectiva de abordagem plural dos objetos de estudos, de situá-los em zonas fronteiriças e nas encruzilhadas de tantos saberes, de abertura para outras ciências, tem prevalecido.
Opsis é um termo grego que significa visão e designa aquilo é visível e confiado ao olhar, à observação. Portanto, a revista está aberta aos olhares diversos sobre a realidade cultural pensada de modo amplo tanto como as múltiplas práticas humanas e sociais como os modos diversos de vida e as experiências neles produzidas. Deste observatório do campo cultural da sociedade seus membros e colaboradores focam suas visões, múltiplas, sobre as mais diversas facetas da existência e o fazem com documentação e embasamento teóricos também diferenciados.
A revista, com periodicidade, até então, anual, tem seguido a dinâmica de publicar um dossiê com a temática abordada nos simpósios produzidos pelo Núcleo no ano anterior. Desta forma, em 2001, publicamos o “Dossiê Cultura e Fim de Milênio”, tema abordado no I Simpósio de 2000; em 2002, produzimos dois números, o primeiro sobre o II Simpósio, ocorrido em 2001, que teve por tema “Cultura e Religiosidades”, e o segundo voltado para as questões referentes às “Vozes, Imagens e Memórias”; em 2003 tratamos da relação “Cultura, Arte e Técnica”; em 2004 o foco foi “Cultura Popular”, objeto discutido no encontro de 2003; em 2005 a problemática foi “Comunicação e Cultura” e, em 2006, “Gênero e Cultura”.
Com essa trajetória a revista está completando sete anos. Não é ainda uma adolescente, mas chegou à idade da perda da inocência e tem vencido, inclusive, a ameaça constante de ter vida efêmera. Nessa nova fase algumas mudanças substanciais estão sendo realizadas em sua configuração. A jovem mensageira de Clio deixa de ser Revista do NIESC, tornando Revista do Curso de História, mas sem abandonar a perspectiva de ater-se às interfaces com os saberes vizinhos. Menina moderna, antenada com seu tempo, já não se contenta mais em sair a público apenas uma vez por ano e prepara saídas semestrais; a primeira envolta pelas discussões do VII Simpósio do NIESC (Corpo e Cultura), ocorrido no primeiro semestre de 2006, como de costume, e a segunda com o tema do VII Simpósio do Curso de História (Clio e seus artífices, repensando o fazer histórico), que ocorreu no segundo semestre do ano passado. Além disso, quis ser vista também em outros espaços e com outra feição, figurando agora na rede de computadores com roupagem eletrônica e recebendo já visitas nesta página.

Nossa Historia

Numa época em que o êxito comercial depende de extrema racionalidade para equilibrar receitas e despesas, o Portal Restaurante parece flutuar acima da realidade. De propriedade da família Bittar o Portal Restaurante oferece à clientela, todo dia, uma espécie de recriação dos enormes e afamados banquetes do Líbano, terra de origem dos Bittar. E apesar da fartura e da diversificação dos pratos, o Portal é um exemplo de prosperidade; por trás do aparente esbanjamento está uma administração segura do que faz, uma equipe cheia de talento para o sucesso no ramo de restaurantes.

A família Bittar - há muitas outras no Brasil, pois o sobrenome libanês é bastante comum - teve seu início no fim dos anos 50, quando os imigrantes Nadim e Hened se conheceram e se casaram na cidade mineira de Capinópolis, próxima de Uberlândia - MG, depois de terem saído de um Líbano em guerra. Naquela época, apesar dos problemas mais comuns de quem tem de recomeçar a vida num país estranho, o futuro era muito promissor. Nadim tinha vocação para o comércio e progrediria rapidamente.
Da união Nadim e Hened nasceram 6 filhos e a família traçou seu caminho enfrentando com coragem as dificuldades naturais da vida. Em 1992, o filho Eduardo e o marido de sua irmã Nádia, Luiz Henrique Alves investiram numa pizzaria à beira da falência que veio a se tornar o Portal. Com o talento culinário herdado de sua mãe a única filha, Nádia Bittar Alves foi responsável por dar o tom à cozinha do Portal transformando em um ponto referencial de qualidade nos 120 pratos servidos diariamente pelo restaurante. Hoje, quase toda família Bittar trabalha no Portal, com exceção de 3 irmãos que seguiram caminhos profissionais diferentes.

Até mesmo dona Hened, é quem prepara diariamente os quibes, as esfirras e outras delícias da culinária árabe servido no buffet do restaurante. No cardápio do Portal, além das tradicionais comidas árabes, há uma série de pratos que poucos restaurantes de Uberlândia oferecem, incluindo trutas, camarões, arroz com frutas secas, carnes recheadas e molhos finos. Do restaurante de sucesso aos demais negócios foi só uma questão de tempo, hoje o Portal oferece um dos melhores serviços de buffet da região, um avanço natural do espírito empreendedor de Eduardo Bittar, responsável pela direção geral do Portal restaurante e Portal Buffet, acompanhado pela assessoria direta de seus irmãos Paulo Bittar e João Bittar.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Primeiro rei de Portugal.

Filho do conde D. Henrique e da infanta D. Teresa.
Terá nascido em Coimbra, ou mais provavelmente em Viseu em 5 de Agosto de 1109, de acordo com a tese recente de Armando de Almeida Fernandes, e foi, possivelmente, criado em Guimarães onde viveu até 1128.
Tomou, em 1120, uma posição política oposta à de D. Teresa (que apoiava o partido dos Travas), sob a direcção do arcebispo de Braga. Este forçado a emigrar leva consigo o infante que em 1122 se arma cavaleiro. Restabelecida a paz, voltam ao condado. Entretanto novos incidentes provocam a invasão do condado portucalense por D. Afonso VII, que, em 1127, cerca Guimarães onde se encontrava D. Afonso Henriques. Sendo-lhe prometida a lealdade deste, D. Afonso VII desiste de conquistar a cidade. Mas alguns meses depois, em 1128, as tropas de D. Teresa defrontam-se com as de D. Afonso Henriques tendo estas saído vitoriosas – o que consagrou a autoridade de D. Afonso Henriques no território portucalense, levando-o a assumir o governo do condado.
Consciente da importância das forças que ameaçavam o seu poder este concentrou os seus esforços em dois planos: Negociações junto da Santa Sé com um duplo objectivo: alcançar a plena autonomia da Igreja portuguesa e o reconhecimento do Reino.

Os passos mais importantes foram os seguintes:
fundação do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, em 1131, directamente subordinada à cúria romana – fundação que propiciou a reunião das dioceses portuguesas à metrópole de Braga; declaração de vassalagem por parte de D. Afonso Henriques à Santa Sé em 1143 – em virtude de uma nova fase da sua política iniciada com o use do título de rei;

obtenção da bula de 1179, na qual o papa Alexandre III designava pela primeira vez D. Afonso Henriques rei a ao qual dava o direito de conquistar terras aos Mouros sobre as quais outros príncipes cristãos não tivessem direitos anteriores;

pacificação interna do reino e alargamento do território através de conquistas aos Mouros – o limite sul estabelecido para o condado portucalense – e assim Leiria em 1135, Santarém e Lisboa em 1147 – quer mesmo para além deste, sempre que isso não viesse originar conflitos com o Imperador – e assim Almada e Palmela em 1147, Alcácer em 1160 e quase todo o Alentejo (que posteriormente foi de novo recuperado pelos Mouros).

segunda-feira, 2 de março de 2009

História de Itaberá

Nos entremeios do século XVII-XVIII, deu-se crises sucessivas na mineração e na industria açucareira, as principais atividades econômicas do país. Em conseqüência disso, adveio então a perda do poder aquisitivo, social e econômico, acarretando um período, massificante de êxodo, entre as províncias. Nessa procura pelas riquezas, os aventureiros se embrenharam pelos sertões a procura de pedras preciosas e ouro. Assim é que aproveitando, os "picadões" aberto pelos bandeirantes paulistas entre 1860-1862, vindo de Minas Gerais, Francisco Antonio da Silva, Antonio Joaquim Diniz e João Rodrigues Simões, atraídos pelas falas das riquezas do Rio Verde, e sobre suas cercanias, se estabeleceram nessa região que pertencia as independências de São João Batista do Rio Verde, Hoje Itaporanga.Logo foram atraídos pelas barrancas de um pequeno rio e fizeram ali suas lavras, destas lavras denominou-se Rio Lavrinhas. Um pequeno povoado começou a florescer a margem esquerda, herdando seu nome. O sentimento religioso dos habitantes fez com que, num esforço geral, construíssem uma pequena capela, tendo como padroeira, "Nossa Senhora da Conceição", Anos mais tarde a "Vila ou Freguesia de Nossa Senhora da Conceição", mais precisamente no dia 19 de março de 1871, já com onze anos, pela província 16, foi elevado a categoria de Distritos, decorridos dois anos em 20 de abril de 1873, por força da Lei n° 69, o Distrito de Lavrinhas passou a pertencer a Independência da Faxina, hoje Itapeva. Dezoito anos mais tarde, pelo Decreto Estadual n° 152, foi elevado a categoria de município com o nome de Lavrinhas, em 8 de abril de 1891 e sua instalação ocorreu em 25 de abril do mesmo ano. Quatorze anos mais tarde, conforme a Lei Estadual n° 975 de 20 de dezembro de 1905, passou a denominar-se Itaberá que no dialeto Tupi-Guarani, significa "Pedra Brilhante". Assim um ano mais tarde foi elevado a categoria de cidade em virtude da Lei Estadual n° 1083 de 19 de dezembro de 1906...

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

FGV: Idealismo, Excelência e Credibilidade

A Fundação Getulio Vargas surgiu em 20 de dezembro de 1944. Seu objetivo inicial era preparar pessoal qualificado para a administração pública e privada do País. Na época, o Brasil já começava a lançar as bases para o crescimento que se confirmaria nas décadas seguintes. Antevendo a chegada de um novo tempo, a FGV decidiu expandir seu foco de atuação e, do campo restrito da administração, passou ao mais amplo das ciências sociais. A instituição extrapolou as fronteiras do ensino e avançou pelas áreas da pesquisa e da informação, até converter-se em sinônimo de centro de qualidade e de excelência.

Marca de pioneirismo e ousadia, a Fundação Getulio Vargas inaugurou, no Brasil, a graduação e a pós-graduação stricto sensu em administração pública e privada, bem como a pós-graduação em economia, psicologia, ciências contábeis e educação. A FGV também lançou as bases para uma economia bem fundamentada, a partir da elaboração do balanço de pagamento, das contas nacionais e dos índices econômicos. Iniciativas como essas ajudaram o profissional em busca de formação e até o cidadão comum a entenderem melhor o desempenho econômico e social brasileiro.

Talento
A confiabilidade dos critérios e das ações da FGV foi construída ao longo de gerações pelo talento e a dedicação de homens da estirpe de Luiz Narciso Alves de Mattos, Eugenio Gudin, Themistocles Brandão Cavalcanti, Alexandre Kafka, Octavio Gouvêa de Bulhões, Emílio Mira y Lopes e Mario Henrique Simonsen, entre outros, cuja força de vontade sempre superou todos os obstáculos. Graças a esses idealistas e ao seu empenho, líderes políticos e empresariais, executivos, pesquisadores e estudantes renovam continuamente a confiança na reputação e nos princípios da instituição, fortalecendo seu prestígio dentro e fora do País.

Os bens, produtos e serviços oferecidos pela Fundação Getulio Vargas contribuem, de modo permanente, para a elevação da produtividade e da competitividade de um grande número de empresas e para o aprimoramento de organismos públicos municipais, estaduais e federais. O sólido conhecimento das dinâmicas e práticas do mercado e a alta competência acadêmica e experiência internacional de seu corpo docente possibilitaram à FGV conceber uma oferta diversificada e abrangente para as necessidades e expectativas de seu público, seja da área governamental ou do setor privado.


Estímulo
Líder na criação e no aperfeiçoamento de idéias que contribuam para o desenvolvimento nacional, a FGV investe e estimula a pesquisa acadêmica, o que tem resultado em produção de relevância, reconhecida nacional e internacionalmente. Os temas abrangem a macro e microeconomia, finanças, direito, saúde, previdência social, pobreza e desemprego, poluição e desenvolvimento sustentável. Também são mantidos programas de pesquisa em história, ciências sociais, educação, justiça, cidadania e política. A Fundação realiza, ainda, trabalhos sob encomenda para o setor público, iniciativa privada e organismos internacionais, como o Banco Mundial (Bird) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Um dos principais produtos da FGV é a análise econômica, elaborada por especialistas do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP) e da Escola de Pós-Graduação em Economia (EPGE). A apuração de índices setoriais, que refletem o comportamento dos custos de variados segmentos da economia, é outra tradicional e prestigiada atividade da Fundação. O serviço de informações econômicas, que inclui um banco de dados sobre a economia brasileira e sobre empresas, é permanentemente utilizado por investidores e estudiosos em geral.


FGV EM AÇÃO
Educação
Primeira instituição da América Latina a criar cursos de bacharelado em Administração Pública e de Empresas, a FGV formou em meados da década de 1950 as primeiras turmas de administradores do continente, egressas da então Escola Brasileira de Administração Pública (ex-EBAP, atual EBAPE) e da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP). Atualmente, essas duas unidades e as demais que compõem o universo da Fundação perpetuam nos cursos de Graduação em Administração e Economia, e de pós-Graduação em áreas como Ciências Sociais e Direito, a tradição de qualidade no ensino que, há mais de meio século, caracteriza a entidade.

Suas escolas, em várias regiões do País, são reconhecidas também no exterior onde mantêm intercâmbio com importantes instituições, além de centros de ensino avançado da mais alta qualidade. Os programas de mestrado e doutorado da FGV continuam credenciando seus alunos a ingressarem, como bolsistas ou professores, nas mais exigentes universidades do mundo. A programação de cursos lato sensu da FGV, de ampla abrangência, tem proporcionado a profissionais em busca de atualização um aprimoramento acadêmico de altíssimo nível continuamente comprovado pelo mercado.

Especialização
Um dos exemplos de programa sofisticado de cursos de extensão e especialização disponíveis em dezenas de cidades do País é o FGV Management. Contando com professores do Rio de Janeiro e de São Paulo, oferece pós-graduação lato sensu em diversas áreas. Para as empresas, uma excelente oportunidade de valorização de seus recursos humanos é o GVpec, programa de educação continuada da FGV em São Paulo. O professorado é constituído por docentes titulados no Brasil e no exterior, com vasta experiência em ensino, pesquisa, consultoria e gestão empresarial.

Outra marca de prestígio conquistada pela FGV são os cursos in company, destinados ao público interno de uma empresa para atendimento de necessidades específicas. Entre os clientes da FGV, neste caso, figuram a Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco Itaú, Furnas Centrais Elétricas e Rede Ferroviária Federal, entre outros. Na programação de curta duração, são destaques o Curso de Administração de Empresas (CADEMP), oferecido pela EBAPE; os de educação a distância, como o Centro FGV Petrobras, da EAESP, em São Paulo; e o FGV On Line.

Responsabilidade
Os cursos ministrados pela FGV exigem de seus alunos mais do que empenho e competência para assegurar a qualificação de um profissional preparado para os desafios da realidade contemporânea. O que a FGV espera continuar alcançando, com suas atividades, é a formação de cidadãos éticos, cientes de suas responsabilidades como agentes transformadores da sociedade brasileira. Mais do que formar especialistas, o que se busca é o desenvolvimento de alunos capazes de entender criticamente o conteúdo de seus cursos, onde o exercício de liderança e cidadania é fundamental.

A conexão com o mercado de trabalho compreende desde a alocação dos alunos como estagiários, trainees ou profissionais, até o acompanhamento da carreira de seus ex-estudantes, para efeito de pesquisa ou recolocação. A preocupação social da FGV engloba ainda a concessão de bolsas de estudo; o crédito educativo, que permite o financiamento de mensalidades para reembolso após a formatura; e a difusão de conhecimentos e trabalhos como o Mapa da Fome, elaborado pelo Centro de Políticas Sociais (CPS) do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), como subsídio à formulação de políticas sociais por parte de órgãos do governo.

Consultoria
No campo da consultoria, a FGV também se sobressai por agregar aos trabalhos realizados o seu maior patrimônio: a credibilidade estabelecida ao longo do tempo pela experiência, segurança e competência em tudo o que faz. Seus serviços especializados de aconselhamento e assistência técnica profissional e organizacional ajudam empresas e executivos na tomada de decisões, na identificação de novas oportunidades e escolha de novos rumos para as organizações.
Dispondo de quadros de excelência técnico-científica, a Fundação Getulio Vargas, por intermédio das atividades da FGV Projetos e do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), oferece aos clientes estudos, projetos e pesquisas em áreas diversas, como finanças corporativas, modernização administrativa e previdência, entre outras.

Programas
O avanço da globalização, a abertura da economia brasileira e a demanda por novos e diferenciados serviços levaram a FGV a segmentar suas atividades, aprofundado-as conforme os graus de exigência e expectativa da sociedade e transformando-as em programas especiais. Assim, da parceria inovadora entre a FGV e a iniciativa privada — por intermédio do Comitê de Cooperação Empresarial —, foi criado o Centro de Economia Mundial da FGV, denominado CCE-CEM, precursor no estudo e na discussão das grandes questões internacionais.

Outros frutos da tradição pioneira da FGV são o Programa de Certificação Profissional (ProFGV), uma nova modalidade de habilitação introduzida no País; o Centro Internacional de Desenvolvimento Sustentável (CIDS), que promove um padrão de desenvolvimento avançado, articulado com o bem-estar social e compatível com a realidade atual; o Programa de Estudos em Gestão Social (PEGS), dedicado à produção de experiências em gestão social e especialização de profissionais; e o Centro de Estudos do Terceiro Setor (CETS), que atua em pesquisa, ensino, treinamento e assessoria. O ProFGV, CIDS e PEGS são vinculados à EBAPE, enquanto o PEGS está vinculado à EAESP.

Informação
De importância fundamental para levar ao público a produção acadêmica da Fundação Getulio Vargas e obras de autores nacionais e estrangeiros essenciais para o estudo e o debate das ciências sociais, da economia e da administração, é a Editora FGV. Além das edições próprias, que formam um catálogo com mais de 200 títulos, a Editora executa projetos editoriais e publica livros sob encomenda para empresas e instituições. Também por meio de suas livrarias e bibliotecas, a FGV contribui para que profissionais, estudantes e o público em geral, tenham acesso ao conhecimento e à informação.

Também fonte imprescindível de informação e reflexão sobre a realidade brasileira e internacional são as revistas e o programa de televisão produzidos pela FGV. "Conjuntura Econômica" e "Revista Brasileira de Economia (RBE)", lançadas em 1947, são dois ilustres exemplos de publicações tradicionais voltadas para a abordagem econômica, embora com tratamento e apresentação distintos. Também voltadas para a divulgação da produção acadêmica e a análise crítica estão a "Revista de Administração Pública (RAP)" e a "Revista de Administração de Empresas (RAE)".