segunda-feira, 6 de abril de 2009

A 76 anos do assassinato de Augusto C. Sandino

SandinoManágua, 19 fev. (PL) - A Nicarágua se prepara para recordar, no próximo domingo, o 76 aniversário do assassinato de Augusto C. Sandino, considerado aqui o homem que ensinou o caminho da dignidade aos nicaraguenses. Em 21 de fevereiro de 1934, ao sair de uma reunião com o presidente Juan Bautista Sacasa, o "General de homens livres" foi capturado e posteriormente assassinado por soldados da Guarda Nacional, em cumprimento de ordens do tristemente célebre Anastasio Somoza García, então chefe desse corpo armado.
Nascido em Niquinohomo, no departamento de Masaya, em 18 de maio de 1895, Augusto Nicolás Calderón Sandino - esse era seu nome - trabalhou desde menino na colheita de café em plantações do Pacífico nicaraguense e mais tarde ganhou a vida em diversos ofícios.

Como muitos de seus compatriotas, emigrou a países vizinhos em busca de melhores oportunidades laborais e trabalhou como mecânico en Costa Rica, e nas plantações da United Fruit em Honduras e Guatemala, antes de marchar ao México, onde encontrou emprego em empresas petroleiras.As primeiras décadas do século passado foram marcadas na Nicarágua por uma grande turbulência política, que teve como principal ingrediente vários desembarques de tropas estadunidenses e a ocupação quasei permanente do país por Washington.

Nesse cenário, o jovem Sandino alimenta sua formação política com as influências de patriotas como Benjamín Zeledón, que em 1912 enfrenta os invasores norte-americanos e morre em combate em outubro desse ano.Em maio de 1926, tropas dos Estados Unidos voltam a desembarcar, desta vez por Bluefields, e começa a chamada guerra constitucionalista. Sandino, então no México, regressa ao país e em outubro desse ano se levanta em armas à frente de alguns trabalhadores das minas de San Albino.

Nos anos que se seguem, à frente de seu "pequeno exército louco", Augusto C. Sandino foi forjando sua legenda, baseada na decisão de não depor as armas e continuar o combate enquanto as tropas invasoras permanecessem no território nacional.Em janeiro de 1933, esse objetivo se consegue com a retirada do país dos invasores estadunidense. Juan Bautista Sacasa assume a presidência e o general Somoza a chefia da Guarda Nacional. Sandino viaja a Manágua em fevereiro desse ano e assina um tratado de paz.

Sem embargo, seu exemplo de patriota que não claudica era muito difícil de suportar pelas personalidades de um regime submetido plenamente aos Estados Unidos, e tampouco por Washington, que o considerava um fator de risco para seu controle absoluto da nação centro-americana.
Isso levou a seu assassinato em 21 de fevereiro, no qual Anastasio Somoza somou méritos a um expediente criminal que lhe permitiu depois ser escolhido por Washington para governar o país e iniciar uma dinastia ditatorial que manteve a Nicarágua subjugada por mais de 40 anos.É um aniversário a mais da "passagem à imortalidade" de Augusto C. Sandino, herói nacional, o que agora se preparam para recordar em numerosas localidades da geografia nicaraguense, especialmente em Niquinohomo, onde se efetuará o ato central pela efeméride.

Nenhum comentário:

Postar um comentário