terça-feira, 29 de abril de 2008

Futebol desafiou princípios do governo de Getúlio Vargas

governo de Getúlio Vargas em usá-lo como instrumento político. A historiadora Melina Pardini lembra que, apesar de o Estado Novo – período de 1937 a 1945, em que Vargas impôs um governo autoritário – tentar concretizar o seu projeto de construir uma nação ordenada e disciplinada com o futebol, havia muitos aspectos do esporte que afrontavam esse plano. No estudo de mestrado "A Narrativa da Ordem e a Voz da Multidão: Futebol na Imprensa durante o Estado Novo", apresentado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, Melina relata que, para o governo da época passar sua ideologia através do futebol, utilizava alguns métodos bem eficazes. Um deles era pelo controle da mídia: “Nessa empreitada de moldar o futebol de acordo com os princípios estadonovistas, os jornais também representavam a massa torcedora como um conjunto harmônico, sem conflitos e individualismos.”
De acordo com a pesquisadora, no Estado Novo havia outra concepção, outro estilo: um futebol ordenado, disciplinado e coletivo. “Houve um esforço para consolidar o futebol como esporte nacional e instrumento político, já que isso poderia ajudar a concretizar o projeto de construir uma nação ordenada e disciplinada”, conta. “Mas existe um estilo brasileiro de jogar, individualista e que preza a malemolência, a malandragem. Um estilo libertário e individualista.”

E esse estilo libertário que se sobrepôs ao estilo disciplinado ficou mais evidenciado por Leônidas da Silva, também conhecido como Diamante Negro. “O craque do momento era um negro, que era malandro e com um jogo totalmente individualista. Essas características de Leônidas minavam três valores do Estado Novo: a superioridade do homem branco, a disciplina e a coletividade.” A historiadora destaca que Leônidas conseguia passar uma imagem oposta da que o governo getulista queria. Além de ser um grande craque, ele era idolatrado pela população, principalmente a de baixa renda. O governo até tentava, pelo controle da imprensa, alterar a imagem do jogador, como ao afirmar que ele era um “mestiço a serviço da nação”, mas a população “valorizava o lado descompromissado e brincalhão dele.”

O estudo, que foi orientado pelo professor Flávio de Campos, do Departamento de História da FFLCH, aponta ainda outros artifícios de controle do Estado Novo. Ela cita a propaganda política de Vargas com a inauguração estádio do Pacaembu, em 1940, na qual a imagem do presidente era diretamente relacionada com a com a construção do estádio. Outro artifício marcante do Estado Novo foi com a copa de 1938. De acordo com a pesquisa, foi a primeira vez que o País teve de fato uma seleção nacional, visto que antes praticamente só escalavam jogadores do Rio de Janeiro. Devido à “preocupação com a unidade nacional”, diz a historiadora. “O governo propiciou a criação de uma seleção com os melhores jogadores para promover o futebol brasileiro no exterior.” Apesar dos esforços do governo, a própria população brasileira indiretamente se manifestava contra a ideologia deste pelo esporte. A valorização do estilo individualista foi uma dessas marcas. Melina também destaca a disputa regional que havia na época entre o Rio de Janeiro e São Paulo.

Segundo a pesquisadora, a rivalidade entre os estados para decidir quem era melhor no futebol era tão grande que até os jornais na época trocavam ofensas quando havia jogo entre um time do Rio e outro de São Paulo. “Essa rivalidade acabava prejudicando a idéia de união nacional do Estado Novo”, diz Melina. A pesquisa teve como base de documentação três jornais de grande circulação, um de São Paulo (Correio Paulistano) e dois do Rio de Janeiro (Gazeta de Notícias, de 1937 a 1941, e Jornal do Comércio, de 1942 a 1945), mais dois jornais esportivos, também um de São Paulo e um do Rio (respectivamente, Gazeta Esportiva e Jornal do Esporte). Melina analisou todas as publicações desses jornais da época estudada.

domingo, 27 de abril de 2008

História das copas em exposição no Memorial de Curitiba

Uma parte da história de todas as Copas do Mundo, desde 1930, com destaque para os cinco títulos mundiais conquistados pelo Brasil: 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002, é o que mostra a exposição A Pátria de Chuteiras, que acontece no Memorial de Curitiba até o dia 18 de julho. A exposição veio para a capital numa parceria entre Prefeitura de Curitiba, Fundação Cultural de Curitiba, Fundação Cafu e Associação dos Campeões Mundiais.
Entre as atrações da exposição estão a camisa 100% Jardim Irene, que Cafu usou na final da Copa do Mundo de 2002; a camisa da Itália que Roberto Baggio usou quando perdeu o pênalti na final da Copa de 94, contra o Brasil; as chuteiras usadas por Puskas na Copa de 54; a camisa usada por Beckenbauer em 70; camisas usadas por Pelé e Maradona, chuteiras de Robinho, Kaká, Lucio e Luis Fabiano. Na mostra também estão fotos, vídeos e outros objetos como a miniatura da Taça Jules Rimet entregue a cada um dos campeões da copa de 1970.

Interesse - A Pátria de Chuteiras movimentou o setor histórico da cidade nesta terça-feira (25), primeiro dia de visitação da mostra. Quem passou pelo espaço, gostou do que viu. Guiomar Prulik, 54 anos, acompanha a Seleção Brasileira desde a Copa do Mundo de 70 e ficou emocionado ao ver de perto camisas históricas de Copas do Mundo, o que só viu pela televisão. "Como brasileiro, é um prazer estar presenciando essa história. E é difícil ver algo assim e, principalmente, de graça", afirma Guiomar. A camisa amarela do Brasil usada na Copa de 94, no jogo entre Brasil e Itália, encantou Saul Felipe, 18 anos. "É uma exposição diferente, não a mesma coisa de sempre. É muito legal ver essas camisas antigas. Sinto que fiquei um pouco mais perto dos meus ídolos do futebol. É um pouco deles que está aqui", afirmou Saul.

Lívia Maria Lopes aproveitou uma folga no trabalho e foi visitar a exposição. Apesar de não acompanhar o dia a dia do futebol brasileiro, no período de Copa do Mundo faz um esforço para assistir aos jogos do Brasil, Inglaterra, Alemanha e Argentina. "Normalmente, a gente vê exposições de arte e essa aqui é sobre um esporte e com um enfoque histórico. Achei a exposição diferente e muito legal", afirmou. Lívia adorou as camisas antigas. "Quando olhamos pra elas, podemos ver que elas têm uma história, podemos sentir a energia que vem das camisas, pensar o que os jogadores estavam passando durante o jogo", Decoração- Curitiba se enfeitou para receber a Seleção Brasileira, que deixou a cidade nesta na manhã desta quarta-feira (26), e acompanhar os jogos da Copa da África do Sul. O calçadão da Rua XV foi decorado com lanternas verdes e amarelas e flâmulas nos 141 postes da rua relembrando os anos que o Brasil foi campeão. Todas as flores do calçadão foram substituídas por flores amarelas.

A Praça Osório ganhou uma estátua de um jogador feita de recorte de chapa de aço. Ao lado, uma calçada de mármore, com os nomes dos jogadores que ganharam os cinco mundiais. Para a Copa, haverá telão na praça para transmissão dos jogos. O chafariz da Praça Santos Andrade foi pintado artisticamente, de forma a lembrar a bandeira do Brasil. As luzes da estufa do Jardim Botânico estão em verde e amarelo. O Bondinho da XV também foi decorado em verde e amarelo e as caricaturas dos jogadores foram estampadas nas janelas. A pintura no chamou a atenção de Eloísa Souza, que passeava com a neta Briana pelo calçadão. "Achei que ficou muito legal. Estou tentando descobrir quem é cada jogador, mas por enquanto só adivinhei dois", brincou Briana. "Com certeza voltaremos aqui para tirar algumas fotos", afirmou Eloísa. As crianças João Guilherme e Julia Fernanda também estavam animadas com o tema da Copa no Bondinho. E não perderam tempo em tirar diversas fotos. "Gostei. Ficou muito bonito", disse Julia.

domingo, 6 de abril de 2008

Vinda da Família Real para o Brasil

A Independência do Brasil é um dos fatos históricos mais importantes de nosso país, pois marca o fim do domínio português e a conquista da autonomia política. Muitas tentativas anteriores ocorreram e muitas pessoas morreram na luta por este ideal. Podemos citar o caso mais conhecido: Tiradentes. Foi executado pela coroa portuguesa por defender a liberdade de nosso país, durante o processo da Inconfidência Mineira.

Dia do Fico

Em 9 de janeiro de 1822, D. Pedro I recebeu uma carta das cortes de Lisboa, exigindo seu retorno para Portugal. Há tempos os portugueses insistiam nesta idéia, pois pretendiam recolonizar o Brasil e a presença de D. Pedro impedia este ideal. Porém, D. Pedro respondeu negativamente aos chamados de Portugal e proclamou : "Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico."

O processo de independência

Após o Dia do Fico, D. Pedro tomou uma série de medidas que desagradaram a metrópole, pois preparavam caminho para a independência do Brasil. D. Pedro convocou uma Assembléia Constituinte, organizou a Marinha de Guerra, obrigou as tropas de Portugal a voltarem para o reino. Determinou também que nenhuma lei de Portugal seria colocada em vigor sem o " cumpra-se ", ou seja, sem a sua aprovação. Além disso, o futuro imperador do Brasil, conclamava o povo a lutar pela independência.

O príncipe fez uma rápida viagem à Minas Gerais e a São Paulo para acalmar setores da sociedade que estavam preocupados com os últimos acontecimento, pois acreditavam que tudo isto poderia ocasionar uma desestabilização social. Durante a viagem, D. Pedro recebeu uma nova carta de Portugal que anulava a Assembléia Constituinte e exigia a volta imediata dele para a metrópole.

Estas notícias chegaram as mãos de D. Pedro quando este estava em viagem de Santos para São Paulo. Próximo ao riacho do Ipiranga, levantou a espada e gritou : " Independência ou Morte !". Este fato ocorreu no dia 7 de setembro de 1822 e marcou a Independência do Brasil. No mês de dezembro de 1822, D. Pedro foi declarado imperador do Brasil.

Pós Independência

Os primeiros países que reconheceram a independência do Brasil foram os Estados Unidos e o México. Portugal exigiu do Brasil o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas para reconhecer a independência de sua ex-colônia. Sem este dinheiro, D. Pedro recorreu a um empréstimo da Inglaterra.

Embora tenha sido de grande valor, este fato histórico não provocou rupturas sociais no Brasil. O povo mais pobre se quer acompanhou ou entendeu o significado da independência. A estrutura agrária continuou a mesma, a escravidão se manteve e a distribuição de renda continuou desigual. A elite agrária, que deu suporte D. Pedro I, foi a camada que mais se beneficiou.

O Primeiro Reinado é a fase da História do Brasil que corresponde ao governo de D. Pedro I. Tem início em 7 de setembro de 1822, com a Independência do Brasil e termina em 7 de abril de 1831, com a abdicação de D. Pedro I.

O governo de D. Pedro I enfrentou muitas dificuldades para consolidar a independência, pois no Primeiro Reinado ocorrem muitas revoltas regionais, oposições políticas internas.



Reações ao processo de Independência

Em algumas províncias do Norte e Nordeste do Brasil, militares e políticos, ligados a Portugal, não queriam reconhecer o novo governo de D. Pedro I. Nestas regiões ocorreram muitos protestos e reações políticas. Nas províncias do Grão-Pará, Maranhão, Piauí e Bahia ocorreram conflitos armados entre tropas locais e oficiais.

Constituição de 1824

Em 1823, durante a elaboração da primeira Constituição brasileira, os políticos tentaram limitar os poderes do imperador. Foi uma reação política a forma autoritária de governar do imperador. Neste mesmo ano, o imperador, insatisfeito com a Assembléia Constituinte, ordenou que as forças armadas fechassem a Assembléia. Alguns deputados foram presos.

D.Pedro I escolheu dez pessoas de sua confiança para elaborar a nova Constituição. Esta foi outorgada em 25 de março de 1824 e apresentou todos os interesses autoritários do imperador. Além de definir os três poderes (legislativo, executivo e judiciário), criou o poder Moderador, exclusivo do imperador, que lhe concedia diversos poderes políticos.

A Constituição de 1824 também definiu leis para o processo eleitoral no país. De acordo com ela, só poderiam votar os grandes proprietários de terras, do sexo masculino e com mais de 25 anos. Para ser candidato também era necessário comprovar alta renda (400.000 réis por ano para deputado federal e 800.000 réis para senador).

Guerra da Cisplatina

Este foi outro fato que contribuiu para aumentar o descontentamento e a oposição ao governo de D.Pedro I. Entre 1825 e 1828, o Brasil se envolveu na Guerra da Cisplatina, conflito pelo qual esta província brasileira (atual Uruguai) reivindicava a independência. A guerra gerou muitas mortes e gastos financeiros para o império. Derrotado, o Brasil teve que reconhecer a independência da Cisplatina que passou a se chamar República Oriental do Uruguai.

Confederação do Equador

As províncias de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará formaram, em 1824 a Confederação do Equador. Era a tentativa de criar um estado independente e autônomo do governo central. A insatisfação popular com as condições sociais do país e o descontentamento político da classe média e fazendeiros da região com o autoritarismo de D.Pedro I foram as principais causas deste movimento.

Em 1824, Manuel de Carvalho Pais de Andrade tornou-se líder do movimento separatista e declarou guerra ao governo imperial.

O governo central reagiu rapidamente e com todos as forças contra as províncias separatistas. Muitos revoltosos foram presos, sendo que dezenove foram condenados a morte. A confederação foi desfeita, porém a insatisfação com o governo de D.Pedro I só aumentou.

Desgaste e crise do governo de D.Pedro I

Nove anos após a Independência do Brasil, a governo de D.Pedro I estava extremamente desgastado. O descontentamento popular com a situação social do país era grande. O autoritarismo do imperador deixava grande parte da elite política descontente. A derrota na Guerra da Cisplatina só gerou prejuízos financeiros e sofrimento para as famílias dos soldados mortos. Além disso, as revoltas e movimentos sociais de oposição foram desgastando, aos poucos, o governo imperial.

Outro fato que pesou contra o imperador foi o assassinato do jornalista Libero Badaró. Forte crítico do governo imperial, Badaró foi assassinado no final de 1830. A polícia não encontrou o assassino, porém a desconfiança popular caiu sobre homens ligados ao governo imperial.

Em março de 1831, após retornar de Minas Gerais, D.Pedro I foi recebido no Rio de Janeiro com atos de protestos de opositores. Alguns mais exaltados chegaram a jogar garrafas no imperador, conflito que ficou conhecido como “A Noite das Garrafadas”. Os comerciantes portugueses, que apoiavam D.Pedro I entraram em conflitos de rua com os opositores.

Abdicação

Sentindo a forte oposição ao seu governo e o crescente descontentamento popular, D.Pedro percebeu que não tinha mais autoridade e forças políticas para se manter no poder.

Em 7 de abril de 1831, D.Pedro I abdicou em favor de seu filho Pedro de Alcântara, então com apenas 5 anos de idade. Logo ao deixar o poder viajou para a Europa.D. Pedro I foi o primeiro imperador do Brasil. Seu nome completo era Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon.

Biografia e reinado

Nasceu na cidade portuguesa de Queluz em 12 de outubro de 1798. Chegou ao Brasil em 1808, com 9 anos de idade, em companhia da mãe, D. Carlota Joaquina, e do pai, D. João VI de Portugal.

Desde criança apresentou forte espírito de liderança. Quando, aos 22 anos, assumiu o governo brasileiro na condição de príncipe regente, agiu como brasileiro visando aos interesses de nosso povo. Também por este motivo, decidiu ficar no Brasil quando a corte portuguesa o chamou de volta a Portugal. Nessa ocasião, conhecida como Dia do Fico (9 de janeiro de 1822), ele demonstrou seu grande amor pelo Brasil, levando-o a proclamar a nossa independência em 7 de Setembro de 1822.

Foi imperador do Brasil entre 1822 e 1831. D.Pedro foi o principal responsável pela consolidação da independência brasileira, embora tenha tido um governo bastante tumultuado em função das revoltas e conflitos ocorridos no Brasil durante seu reinado.

D.Pedro I foi o soberano que abdicou a duas coroas. Herdou do pai a coroa portuguesa, porém renunciou-a em favor da filha, D. Maria da Glória. Para terminar com as lutas entre brasileiros e portugueses e com os conflitos no Brasil, renunciou a coroa brasileira, passando-a ao filho, Pedro de Alcântara, que seria D.Pedro II.

Em Portugal, sua filha, D.Maria da Glória, encontrava-se com problemas na corte, pois seu tio, D.Miguel, tentava apossar-se do trono português. Pedro I correu em socorro da filha, afastando D.Miguel de suas pretensões políticas.

Aos 36 anos de idade, contraiu tuberculose, doença fatal na época. Faleceu em sua cidade natal em 24 de setembro de 1834.
Em janeiro de 1808, Portugal estava preste a ser invadido pelas tropas francesas comandadas por Napoleão Bonaparte. Sem condições militares para enfrentar os franceses, o príncipe regente de Portugal, D. João, resolveu transferir a corte portuguesa para sua mais importante colônia, o Brasil. Contou, neste empreendimento, com a ajuda dos aliados ingleses.

Chegada da família real ao Brasil

Nos quatorze navios, além da família real, vieram centenas de funcionários, criados, assessores e pessoas ligadas à corte portuguesa. Trouxeram também muito dinheiro, obras de arte, documentos, livros, bens pessoais e outros objetos de valor.

Após uma forte tempestade, alguns navios foram parar em Salvador e outros na cidade do Rio de Janeiro. Em março de 1808, a corte portuguesa foi instalada no Rio de Janeiro. Muitos moradores, sob ordem de D. João, foram despejados para que os imóveis fossem usados pelos funcionários do governo. Este fato gerou, num primeiro momento, muita insatisfação e transtorno na população da capital brasileira.

No ano de 1818, a mãe de D. João, D. Maria I, faleceu e D. João tornou-se rei. Passou a ser chamado de D. João VI, rei do Reino Unido a Portugal e Algarves.

Abertura dos portos às nações amigas

Uma das principais medidas tomadas por D. João foi abrir o comércio brasileiro aos países amigos de Portugal. A principal beneficiada com a medida foi à Inglaterra, que passou a ter vantagens comerciais e dominar o comércio com o Brasil. Os produtos ingleses chegavam ao Brasil com impostos de 15%, enquanto de outros países deveriam pagar 24%. Este privilégio fez com que nosso país fosse inundado por produtos ingleses. Esta medida acabou prejudicando o desenvolvimento da indústria brasileira.


Do ponto de vista cultural, o Brasil também saiu ganhando com algumas medidas tomadas por D. João. O rei trouxe a Missão Francesa para o Brasil, estimulando o desenvolvimento das artes em nosso país. Criou o Museu Nacional, a Biblioteca Real, a Escola Real de Artes e o Observatório Astronômico. Vários cursos foram criados (agricultura, cirurgia, química, desenho técnico, etc) nos estados da Bahia e Rio de Janeiro.

Retorno de D. João para Portugal

Os franceses ficaram em Portugal durante poucos meses, pois o exército inglês conseguiu derrotar as tropas de Napoleão. O povo português passou a exigir o retorno do rei que se encontrava no Brasil. Em 1820, ocorreu a Revolução do Porto, sendo que os revolucionários vitoriosos passaram a exigir o retorno de D. João VI para Portugal e a aprovação de uma Constituição. Pressionado pelos portugueses, D. João VI resolveu voltar para Portugal, em abril de 1821. Deixou em seu lugar, no Brasil, o filho D. Pedro como príncipe regente.

Pouco tempo depois, D. Pedro tornou-se imperador, após o processo de Independência do Brasil (7 de setembro de 1822).

Argentina recua e abranda restrição a alimento importado

gradualmente a flexibilizar a medida de restringir a entrada de alimentos não frescos que façam concorrência com similares argentinos.
A polêmica ordem para a aplicação da proibição - emitida há duas semanas pelo secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, famoso por seu estilo truculento, e que entraria em vigência dia 1 de junho - teve seu primeiro revés neste fim de semana, com a liberação de seis caminhões provenientes do Brasil carregados com milho em lata, frango e produtos elaborados com carne suína na alfândega de Paso de los Libres, na fronteira com a brasileira Uruguaiana (RS). Os caminhões ficaram três dias retidos na fronteira dos dois países.

Além de ser um sinal de apaziguamento para o Brasil - que havia indicado a possibilidade de retaliações contra a Argentina -, o leve recuo também pretende acalmar a tensão crescente com a União Europeia (UE). Na quinta-feira, a delegação da UE em Buenos Aires emitiu um protesto enfático contra a ordem verbal de Moreno. Embaixadores europeus indicaram que seus governos poderiam adotar retaliações contra produtos argentinos. Para a União Europeia, "tais restrições, se forem concretizadas, seriam incompatíveis com as normas da OMC (Organização Mundial do Comércio) e com os compromissos assumidos pela Argentina no marco do G-20 (grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo)." Os governos de outros sócios do Mercosul - Paraguai e Uruguai - também protestaram contra a medida controvertida.

sábado, 5 de abril de 2008

História do Brasil República

Política dos Governadores
Montada no governo do presidente paulista Campos Salles, esta política visava manter no poder as oligarquias. Em suma, era uma troca de favores políticos entre governadores e presidente. O presidente apoiava os candidatos dos partidos governistas nos estados, enquanto estes políticos davam suporte a candidatura presidencial e também durante a época do governo.

O coronelismo
A figura do "coronel" era muito comum durante os anos iniciais da República, principalmente nas regiões do interior do Brasil. O coronel era um grande fazendeiro que utilizava seu poder econômico para garantir a eleição dos candidatos que apoiava. Era usado o voto de cabresto, em que o coronel (fazendeiro) obrigava e usava até mesmo a violência para que os eleitores de seu "curral eleitoral" votassem nos candidatos apoiados por ele. Como o voto era aberto, os eleitores eram pressionados e fiscalizados por capangas do coronel, para que votasse nos candidatos indicados. O coronel também utilizava outros "recursos" para conseguir seus objetivos políticos, tais como: compra de votos, votos fantasmas, troca de favores, fraudes eleitorais e violência.

O Convênio de Taubaté
Essa foi uma fórmula encontrada pelo governo republicano para beneficiar os cafeicultores em momentos de crise. Quando o preço do café abaixava muito, o governo federal comprava o excedente de café e estocava. Esperava-se a alta do preço do café e então os estoques eram liberados. Esta política mantinha o preço do café, principal produto de exportação, sempre em alta e garantia os lucros dos fazendeiros de café.

A crise da República Velha e o Golpe de 1930
Em 1930 ocorreriam eleições para presidência e, de acordo com a política do café-com-leite, era a vez de assumir um político mineiro do PRM. Porém, o Partido Republicano Paulista do presidente Washington Luís indicou um político paulista, Julio Prestes, a sucessão, rompendo com o café-com-leite. Descontente, o PRM junta-se com políticos da Paraíba e do Rio Grande do Sul (forma-se a Aliança Liberal ) para lançar a presidência o gaúcho Getúlio Vargas.
Júlio Prestes sai vencedor nas eleições de abril de 1930, deixando descontes os políticos da Aliança Liberal, que alegam fraudes eleitorais. Liderados por Getúlio Vargas, políticos da Aliança Liberal e militares descontentes, provocam a Revolução de 1930. É o fim da República Velha e início da Era Vargas.

Galeria dos Presidente da República Velha : Marechal Deodoro da Fonseca (15/11/1889 a 23/11/1891), Marechal Floriano Peixoto (23/11/1891 a 15/11/1894), Prudente Moraes (15/11/1894 a 15/11/1898), Campos Salles (15/11/1898 a 15/11/1902) , Rodrigues Alves (15/11/1902 a 15/11/1906), Affonso Penna (15/11/1906 a 14/06/1909), Nilo Peçanha (14/06/1909 a 15/11/1910), Marechal Hermes da Fonseca (15/11/1910 a 15/11/1914), Wenceslau Bráz (15/11/1914 a 15/11/1918), Delfim Moreira da Costa Ribeiro (15/11/1918 a 27/07/1919), Epitácio Pessoa (28/07/1919 a 15/11/1922),
Artur Bernardes (15/11/1922 a 15/11/1926), Washington Luiz (15/11/1926 a 24/10/1930).