segunda-feira, 9 de março de 2009

Reflexos do passado no presente

grego Heródoto no século V a.C. aos estudiosos contemporâneos, a busca pela verdade sobre os fatos que fizeram do mundo o que ele é hoje – a ciência chamada História – desenvolveu-se, tornou-se mais complexa e desempenha atualmente importante papel na construção das identidades das nações e na compreensão da sociedade. E já não se trata apenas de desvendar os acontecimentos e seus motivadores, mas contá-los da melhor forma possível, à maneira dos escritores. A importância de identificar as raízes das culturas e civilizações cresceu na medida em que as interseções cada vez maiores entre as nações – pela chamada globalização – teve como reação o recrudescimento das identidades étnicas, religiosas e também nacionais.

Segundo a professora Ione de Fátima Oliveira, chefe do departamento de História da UnB em 2004, escolher o curso significa, em primeiro lugar, conhecer em profundidade a trajetória das sociedades ao longo do tempo. “No curso de graduação em História, são diversas as disciplinas oferecidas, o que permite o aprofundamento dos estudos relativos à região, ao país e ao mundo”, conta. A História do Brasil, por exemplo, é vista em diversos semestres letivos, com distintos enfoques e professores.

Conforme o professor da UnB José Otávio Guimarães, tendo sempre o tempo como matéria-prima, o historiador pode voltar seu olhar para as histórias política, econômica, religiosa, das idéias, das mentalidades, dos costumes, da cultura, do cotidiano, das relações internacionais, das regiões, dos municípios, do mundo, antiga, medieval, moderna, contemporânea e outras. E ainda pode recortá-la em diferentes perspectivas de aproximação – daí a importância da pesquisa. “E a universidade tende a estimular a pesquisa, em processos que envolvem o trabalho conjunto de alunos e professores”, explica Ione.

O curso de graduação em História da UnB oferece duas habilitações: a licenciatura, direcionada ao magistério, e o bacharelado, voltado para a pesquisa. Na primeira, são exigidas disciplinas na área de pedagogia e um estágio supervisionado – para o qual os alunos da UnB têm vaga garantida na rede pública do Distrito Federal. Se optar pelo bacharelado, o estudante poderá desenvolver pesquisas em disciplinas específicas da História. Para ambos os casos, a duração média do curso é de quatro anos. Há ainda a possibilidade de escolher a dupla habilitação.

Fundamentalmente, o formado em História tem no ensino seu mais abrangente campo de trabalho – a educação básica, tanto na rede pública quanto na particular, sempre necessitará de professores. “Apesar de não ser uma profissão regulamentada em lei, o que em nada a prejudica, a História atualmente vê crescer seu campo de atuação profissional, com boas perspectivas de trabalho em arquivos, empresas, organizações não-governamentais, organismos internacionais e órgãos públicos”, destaca a professora Ione. Tratam-se, segundo Guimarães, de entidades interessadas em compreender fenômenos sociais atuais cuja perspectiva histórica esclarece nuances que, de outra forma, permaneceriam imperceptíveis.

Pesquisa - Outro nicho de atuação está na própria academia: a pós-graduação em História da UnB, que existe desde 1976, tem tradição e ajudou a criar o departamento de Relações Internacionais da universidade, o primeiro no país. Mestrado e Doutorado estão disponíveis, em quatro áreas de concentração: História Cultural, História das Idéias e Historiografia, História Social e Estudos Feministas e de Gênero.

Mas, antes disso ainda na graduação já é possível fazer pesquisa. Por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), alunos se unem a professores para aprofundar temas específicos. Para a professora Ione, o curso de História da UnB destaca-se em relação aos outro oferecidos na cidade e no país. “Nosso curso de História sempre foi reconhecido como um dos melhores do país. O corpo docente é integralmente formado por doutores, o que já é forte indicação do interesse na pesquisa, além de significativo índice de publicações”, justifica.

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