sábado, 3 de abril de 2010

O NATIVISMO

O séc XVIII, além da mineração, também foi marcado pelos diversos sintomas de descontentamento em relação à política metropolitana, os "movimentos nativistas", não se deve no entanto levar este termo ao pé da letra, visto que os primeiros movimentos visavam corrigir injustiças exatamente apelando ao poder absoluto do rei.
Revolta no Maranhão (Manuel Beckmann) - Contra a oposição jesuítica à escravização indígena, e contra o monopólio extorsivo de uma Cia de Comércio, (A Revolta de Beckmann)
Guerra dos Emboabas (S. Paulo, início do séc XVIII (1707) - Paulistas x forasteiros (baianos e portugueses), devido à concorrência na procura do ouro
Guerra dos mascates (1710) - Latifundiários devedores de Olinda x credores de Recife, de origem portuguesa.
Revolta de Filipe dos Santos (Ouro Preto, ou vila Rica - 1720) - Organizado pelos mineradores contra a instituição do quinto e das casas de fundição para cobrá-lo, impedindo assim, a sonegação e o contrabando. Nenhuma teve objetivos amplos, foram manifestações de cunho imediatista e regional, sem projetos políticos consistentes. Manuel Beckmann lutou pelos interesses dos
colonos do Maranhão, acreditando que a solução só poderia vir de Sua Majestade. A Guerra dos Emboabas não passou de disputa interesseira entre paulistas bandeirantes, e forasteiros ávidos em lucrar com um negócio para cuja descoberta não tinham concorrido. A Guerra dos Mascates foi um conflito entre classes dominantes da região pernambucana, a agrária e a mercantil. A rebelião de Filipe dos Santos, foi em prol de uma causa que não pode encontrar defensores - a causa do contrabando e da sonegação em favor de benefícios individuais.
Estas várias revoltas no período do Brasil colônia, apenas espelham as diferenças entre as várias partes do Brasil e a regionalização social e cultural subjacente à unidade política e administrativa imposta pela Coroa portuguesa. Todavia, mostram, de um modo desordenado, a existência de contradições e descontentamentos locais forjados no correr da existência colonial.

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