quarta-feira, 10 de março de 2010

AÇÚCAR: A TAREFA SECULAR

A base da colonização foi o açúcar, riqueza trazida de fora, onde, Portugal já tinha experiência com plantio e a comercialização do produto nas Ilhas Atlânticas.
Havia o predomínio do latifúndio, típico de economia açucareira. Gerava altos lucros, ocorria a não-diversificação de atividades e a monocultura .
A mais significativa atividade propiciada pelo açúcar foi a criação de gado, para a qual utilizava-se o braço indígena e seu descendente mestiço.
A cana-de-açúcar, exigiu muita mão-de-obra, a solução inicial foi a escravidão indígena, porém, o índio se mostrou um "mau trabalhador".
Até os jesuítas acabaram se opondo escravidão dos indígenas. Portugal precisou então, do braço africano.
Os negros vinham nos navios "negreiros", também chamados de "tumbeiros", dada a quantidade de pessoas que morriam durante a travessia do atlântico, devido às más condições de higiene, fome, sede, doenças, e superlotação dos porões dos navios.
Já na colônia, submetidos a um duro trabalho, o negro quilombo (fujão), era o mais sofrido, era submetido à novena ou trezena (nove, ou treze chibatadas). Outros tipos de punições a que estavam sujeitos ainda, eram o tronco, viramundo, cepo, bacalhau (relho de cinco pontas), o mais comum.
As classes de negros não eram iguais. Havia uma certa distinção entre escravos domésticos, escravos de ganho, e os escravos de eito, estes, submetidos a um trabalho mais árduo, nos canaviais. Os escravos não formavam um todo homogêneo, os crioulos não gostavam dos recém-chegados da África, os mulatos (em especial os que assumiam funções remuneradas: feitores, mestres-de-açúcar, etc.), desprezavam os escravos em geral, os escravos urbanos viam com certa superioridade os escravos agrários e, as vezes até ajudavam na luta contra os quilombos. Os ladinos se julgavam melhores que os boçais . Afora isso, haviam ainda as diferenças culturais, os negros islamizados (fula, mandinga e haussá), por exemplo, eram rebeldes, e não se misturavam aos companheiros de infortúnio, mantendo-se isolados.
"O negro foi a base do sistema colonial do Brasil. Mais do que pés e mãos do engenho, foi pés e mãos do Brasil."
A condição servil não estimulava ninguém a produzir, o negro mostrou por todos os meios o quanto aquela situação não lhe servia. Reagiu sempre que, e como pôde, fugindo, assassinando e rebelando-se.

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