sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

A vocação paulista dos Bandeirantes

Houve umas poucas expedições ao atual território de Minas Gerais, nos séculos XVI e XVII. Tais entradas foram mal registradas e sobram poucas informações sobre os caminhos e os acontecimentos das viagens dos desbravadores. Sertanistas corajosos, eram despreparados, não deram importância ao registro e à documentação das viagens. Uma bandeira vagueava anos por matas e sertões, sem uma só pessoa com conhecimento de astronomia e geografia para guiá-la (ainda não existiam instrumentos de orientação e todos procuravam o limite do Brasil que era o rio Paraná, estabelecido por Pero Lopes de Souza em 1531). Até mesmo a interpretação errôneas da língua de uma tribo indígena fazia com que uma expedição alterasse o percurso, em incursões infrutíferas (os índios eram hostis em geral, que o diga Unhate, o escrivão de São Vicente que teve um braço amputado). A própria inexistência de uma pessoa responsável pelo diário e pelas anotações das bandeiras comprometia o correto registro (como Tordesilhas mudou 10° para o oeste após o Tratado de Saragoça, todos sabiam que tinham que caminhar dez graus de sol a mais para oeste, esta era a única referência lógica). Nem mesmo historiadores conseguiram definir, com exatidão, os caminhos usados. J. Capistrano de Abreu, comentando a descrição de Gabriel Soares de Sousa sobre a viagem de Sebastião Fernandes Tourinho, diz: «No meio destas indicações e contra indicações, fielmente resumidas por Gabriel Soares, é impossível uma pessoa entender-se.»

Antes de surgirem aldeamentos na bacia do rio da Prata, os paulistas já percorriam o sertão, buscando na preação do indígena escravizando-o para vendê-lo, o meio para sua subsistência (a grande captura de indígenas guaranis ocorreu em 1632 quando os Bandeirantes voltaram ao Paranapanema e levaram cativos para São Paulo os remanescentes dos indígenas na Vila do Espírito Santo. Nesta ocasião a maioria de guaranis já haviam sido enviadas para as Missões ao sul. A Capitania de Paranaguá, pertencente a Pero Lopes de Souza se estendia do Paranapanema ao Rio da Prata. Em 1610 findou o sistema de capitanias e Paranaguá foi unida a São Vicente e Santo Amaro para formar a Província de São Paulo). As tribos vitoriosas nas guerras ofereciam-lhes os prisioneiros em troca de armamentos. Essa "vocação interiorana" era alimentada por condições geográficas, econômicas e sociais. São Paulo, separada do litoral pela muralha da serra do Mar, voltava-se para o sertão, cuja penetração era facilitada pela presença do rio Tietê e de seus afluentes, que comunicavam os paulistas com o interior. Além disso, apesar de afastada dos principais centros mercantis, sua população crescera muito porque boa parte dos habitantes de São Vicente havia migrado para lá quando os canaviais plantados no litoral por Martim Afonso de Sousa entraram em decadência, na segunda metade do século XVI, arruinando fazendeiros

Um comentário:

  1. verifica o seguinte Site: *http://pt.wikipedia.org/wiki/Bandeirantes#A_voca.C3.A7.C3.A3o_paulista
    AS PESQUISAS ESTÃO INDENTICAS...

    ResponderExcluir